28 de dezembro de 2009

Sobre 2009

Só existem dois tipos de mudança: a que acontece
e a que fazemos acontecer





As roupas de meses atrás não cabem mais, os amigos não são mais os mesmos, falta um Pai lendo jornal no sofá da sala e eu já tenho minha casa própria. O coração não sofre mais das saudades do passado. Não há ex-namorado, nem encontros de domingos com amigas. E também se foram a dor, a melancolia, os telefonemas demorados e o mails carinhosos. 
A cor da parede da sala mudou novamente, a disposição dos móveis também. Está bem melhor assim. E nos cabelos...quanta diferença. Sobram uns kilos a mais, falta espaço para carência, que foi passear em outros corações. O emprego está longe, mas o "o que fazer da vida" está bem perto. 
Tem uns novos aromas ainda sendo preparados, com muita calma, para não causar estranheza. Não há porque correr se meu destino é construído no tempo das minhas aspirações. 
O afeto aprendeu a se doar apenas para quem merece e o NÃO tomou seu lugar de direito. O melhor do meu mundo sou eu. Os pés não dançam mais as mesmos passos. 
Ainda não há agenda nova, roupas novas, grandes certezas ou decisões. Há apenas a calmaria depois da tempestade. PAZ. 2009 deixa para trás aquilo que não me acrescenta mais. A tal da limpeza que muitos sonham, para mim aconteceu forçadamente e agora o ESSENCIAL toma seu lugar. 
Desapego-me com a certeza de que a minha parte do trato foi cumprida até o fim. O medo não me apavora. As conquistas não criam euforia, nem as dúvidas tristeza. Caminho só ou acompanhada, mas pelo caminho que quero. Mereço uma festa? Nem tanto. A minha paz vem acompanha de águas de tranquilidade.
Sem pressa e com muita firmeza. Resiliência e solitude foram incorporadas à minha pele. A ansiedade se transforma em obras. E o segredo tornou-se um grande amigo. Os deleites se encontram em mim e não precisam da propaganda para se concretizarem. 
Este ano sei vai levando todas as minhas lágrimas, todas as minhas certezas vazias, todas as minhas mágoas. Mas me deixa aqui. Me deixa em mim e era apenas isso que eu precisava. E é só isso que eu quero. 


E desfrutar da descoberta!

21 de dezembro de 2009

Me conta

Quantas pessoas importam para você? De todas as pessoas que passaram pelo seu caminho, das que se foram e das que ainda permanecem, quantas te fazem se sentir fundamental? Quem te transforma em poesia e quem de põe no lixo?

Será que você consegue listar?

Será que as fundamentais são apenas aquelas que te adulam, passam a mão na sua cabeça e te ligam quase todos os dias?

É preciso dizer eu te amo para poder ser amado? Vocês preferem as palavras ou as atitudes? Quanta verdade você suporta ver, ouvir e sentir, antes de sucumbir?

Quantas pessoas já te abandonaram e te magoaram? Para quantas quis ligar, quis abraçar, e não teve coragem?

Quem você quis amar e não teve a oportunidade? O que estas pessoas têm de especial? Por que elas são tão importantes?

Me conta!

Teus amigos de infância ainda são os mesmos de hoje? Você têm amigos de verdade ou só colegas de farra e ocasião?

De quem sente saudades? Se tivesse o poder de ressuscitar alguém ou de reconhecer um espírito reencarnado, quem seria? Escolha!

Que tipo de pessoas você costuma amar? Que tipo de expectativa você cria ou que tipo de retorno espera? Você ama com facilidade? Você ainda se permite se apaixonar?
Me conta. Por favor

Para quem você realmente desejaria um Feliz Natal? Para quantas você espera que o ano seja realmente novo? Quantos presentes você comprou? Quantos acha que vai receber? São de coração?

Será que o coração da gente seca? Será que o amor é um sentimento esgotável? Para quem você pediria perdão? Quem deveria lhe pedir? Sua vida depende destes pedidos?

Teu corpo ficaria mais leve se dessem uma faxina no seu coraçãoe na sua alma?

13 de dezembro de 2009

7 de dezembro de 2009

A Evolução das Espécies



Porque, definitivamente, os homens realmente descendem do MACACO. E muitos deles jamais deixarão de descender

Não entendeu? clique aqui E aqui

29 de novembro de 2009

E se um deles...

...fosse a reencarnação de Jesus Cristo



O que VOCÊ faria?

16 de novembro de 2009

#choreilitros

Minha mãe escreveu uma frase certinha, 
sem nenhum erro de português.

A escola está fazendo efeito. 
Obrigada!

15 de novembro de 2009

Carta ao Pai

Falei tanto de você ontem, falei muito na viagem à Bahia também. Conto para justificar porque engordei, porque cortei o cabelo, porque me afastei de tantas pessoas e tantas se afastaram de mim. Conto para parecer que estás por perto. Parece, que de repente, ser FILHA se tornou meu melhor motivo de viver. Uso tua presença para cumprir meus sonhos, para ser melhor em cada pequena coisa, para amar cada dia mais a nossa família.

Queria só mais um minuto contigo, um papo depois do almoço, ler o jornal de domingo.

Hoje, estava muito calor e almoço era bacalhoada. Eu sabia que ias adorar, que ia tomar um banho morno e ficar andando pela casa sem camisa, com todos os ventiladores ligados. Nos lembramos pouco de ligar o rádio, nunca mais ouvimos a voz do Raul Gil. Estas manias eram suas.Também quase não compramos mais queijo minas e a fruteira não tem mais laranjas.

Não queria falar de você, queria falar para você. Contar que conseguimos realizar o que você desejou pra mim, que a minha mãe voltou a estudar, que engordei mais um kilo, mas que o meu cabelo está lindo e sei que irias elogiar, se pudesse.

Outro dia, minha mãe disse que já mudou muito a forma de enxergar a vida. Foi a primeira vez que senti uma conotação positiva nas frases dela. O Ygor fez Crisma. Estava lindo o seu netinho, chorou o tempo todo e eu sei o motivo. Todas as contas estão sendo pagas em dia. E o Banco te mandou uma carta.

Fizemos um churrasco no meu niver e mamis trouxe uma amiga do colégio. Tive tanto orgulho. Fiquei pensando nas brincadeiras engraçadinhas que farias com a "amiguinha" dela. Estou tão bem no trabalho, precisas ver como sei escrever, como me elogiam.  Não tenho mais os mesmos amigos, mas estou bem na minha solitude.

Outro dia, senti seu cheiro no travesseiro, tirei a fronha, mas não passou. Era seu cheiro em tudo. Preferi dormir sem travesseiro. Durmo na sua cama todas as noites. No cantinho, como você gostava de dormir, como me pediu. Lembra disso, foi sua última frase antes de ir pro CTI?

Minhas gargalhadas voltaram a ser reais e eu quase não choro mais.

Mas a saudade é latejante. Todos os dias.

Está embutida nos sonhos que tenho contigo, nas poesias que não me comovem mais, no apartamento que comprei, na nossa foto em frente a cama, no fato de eu saber que você não estará me esperando acordado quando eu chegar em casa com o dia amanhecendo. Eu te vejo nos seus netos, te sinto no abraço da minha mãe, te reconheço nos meus irmãos. E sorrio cada vez que lembro de um momento nosso.

Não choro porque não é justo contigo. A promessa era que ficaríamos todos bem. Cada dia melhor.

As paredes da sala estão pintadas de um vermelho lindo, acabamos a reforma, só falta a casa de cima. Somos tão felizes aqui. Almoçamos juntos todos os domingos. Estamos bem, mesmo sem você. Estamos bem, principalmente por você. Espero que saiba disso. E por favor, descanse. Se um dia quiseres voltar, estaremos lhe esperando. Prometo.

10 de outubro de 2009

Casamentos, Fé, Diálogo

Ao pensar sobre a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: ‘Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até a sua velhice?’ Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.
(Nietzsche)
 


casamento
s. m.
1. Acto!Ato ou efeito de casar.
2. União de homem e mulher para constituir família legal. = matrimónio
3. Contrato de união ou vínculo entre duas pessoas que institui deveres conjugais.
4. Cerimónia ou ritual que efectiva!efetiva esse contrato ou união. = boda
5. Fig. União, associação, vínculo.

Esqueça a definição do dicionário. Não falo aqui de contratos nupciais, formalizados perante um Padre ou um Juiz. Falo do casamento diário, do ato de se unir a uma pessoa. Toda relação tem (ou deveria ter) como foco o casamento, a união. Já aprendemos que é assim que se cresce, que se evolui. E assim casamos. Casamos com o nosso emprego, com a nossa melhor amiga, com aquele colega de bar super legal, com nossos irmãos, com nossos pais e com nossa família. 
E como bem disse Nietzsche, as relações que desafiam o tempo são aquelas baseadas na arte do diálogo.
Diálogo. Ai, o diálogo. É um ato de fé, acima de tudo. E no momento em que a fé nos falta, o que sobra é o espaço da guerra.
É fácil saber o poder de nossas palavras. A capacidade que as mesmas podem ter de destruir ou vivificar a vida de alguém. E não é nada de outro mundo perceber isso embutido nos nossos pequenos casamentos cotidianos. A esposa que fala mal do marido para as amigas; a amiga que só abre os ouvidos para aquilo que lhe interessa ouvir; as conversas baseadas na auto-defesa e no deboche; as pessoas que levam qualquer opinião para o "lado pessoal".
Talvez estejamos nos casamos com o pior que há em nós e esperando que os outros engulam essa bomba. A nossa incapacidade de ouvir o outro nada mais é do que a nossa falha na conversa. A amiga recalcada que não dá importância para as suas histórias de noitadas; o colega de trabalho que espalha uma fofoca com seu nome; o mal entendido que permeia as conversas virtuais; o pisar em ovos que domina algumas relações.
Por vezes, percebo uma casca que cresce em volta de nós como ato de proteção contra as possíveis consequências da conversa. 
A confiança vai descendo pelo ralo da intimidade quebrada; a confissão torna-se armamento do outro. Os casamentos se desfazem. A Fé dilui na água na vulnerabilidade.
Esquecemos de lembrar que a ideia inicial era apenas a liberdade. Livre no falar, no desabafar, no aconselhar. E ego ferido trocou isso pela ofensa, pela vontade de apenas provar: eu não tenho este problema, sou melhor do que você.

  "Projete você mesmo em todas as criaturas.
Então, a quem você poderá ferir?
Que mal você poderá fazer?"

(Via @moniregios) 

"E então que se não der certo este casamento eu me separo". É, sempre há esta opção. A justiça nos dá. E nós confirmamos no "ausente" do msn; no delete do orkut; no mail não respondido; no mudar de calçada; no Feliz Aniversário que fingimos que esquecemos de desejar, e nas mais diversas expressões que a nossa ignorância encontrar.
O tempo passa, a idade chega, o lúdico cede lugar a tal da maturidade. As relações mudam de rumo, terminam sem nem antes começar. Como fruta que cai da árvore antes de amadurecer. Apodrece antes do tempo.
Talvez tenha acabado a afinidade, sobrado egocentrismo. Talvez tenha sido só a distância, ou o sexo que esfriou. O marido que engordou. O filho que se revelou gay, frustrando seus sonhos de vê-lo num casamento tradicional. Talvez seja só o excesso de trabalho, o excesso de julgamento. Ou o jogo de empurra-empurra para ver quem procura o outro primeiro, quem se arrependerá e pedirá desculpas pelos deslizes foi acusado de cometer quando apenas escolheu ser o que se é.
Talvez não tenhamos suportado ouvir, ou não percebido a forma certa de falar. Ou tenhamos perdido a fé. Aquela fé infantil que nos faz acreditar que tudo era para sempre e nos ensina a cuidar dos nossos casamentos para que o para sempre nunca acabe. Ou então, foi aquela fé adulta, distorcida pela necessidade da troca: só dou se receber.
E então, talvez a "profecia" de Nietzsche nem mesmo tome forma. E envelheceremos antes do tempo, focados no que não era o principal. Esquecidos do atributo fundamental.

30 de setembro de 2009

Trinta anos, Trinta e-mails

Sabe quando você lê algo e pensa: é tudo que penso, mas não escrevo? Pois é, com este post foi assim. Descobri pelo twitter, não me lembro como, e fiquei encantada com a simplicidade e objetividade do recado.
Como sou contra plágios, posto aqui o link oficial




Não passo uma semana sem receber pelo menos um e-mail com textos ou links de algum blog feminino. O assunto: homem, claro. A maioria das autoras está ali, na casa dos trinta e fazendo contas para o futuro. E como reclamam. É uma cantilena sem fim. Porém, como admirador incondicional das mulheres, especialmente das minhas companheiras de geração, sinto-me na obrigação de tentar ajudar, afinal, toda mulher merece ser feliz. Então, para você, minha amiga indignada, aí vai o meu toque. É numa boa mesmo, prometo que não estou querendo te levar para a cama.

É verdade, suas chances estão diminuindo e o tempo está realmente passando.

Mas você está sozinha por opção. Não tem ninguém porque não quer. A culpa é sua. Não totalmente, mas a maior parcela é sua.

Você começou a diminuir suas possibilidades no dia que acreditou em um dos maiores mitos da história da humanidade: a mulher independente. E como não foi o homem que inventou esta bobagem, isto já elimina boa parte da nossa responsabilidade.

Você acreditou e continua insistindo nessa baboseira. Teoria mais furada que o feminismo, só o comunismo.

Você não é independente nem nunca vai ser. Principalmente, porque o seu conceito de independência está completamente distorcido.

Ser independente não é só pagar as próprias despesas. Isto deve ser meta de vida de todo mundo.

Independência também não é fazer somente o que se tem vontade. Isto é egoísmo. Muito menos é transar com quem dá na telha e sair espalhando pra posar de liberada. Isto é vaidade, carência de atenção. Pior ainda é fazer para aparecer e depois engolir o arrependimento com angu, sozinha no quarto. Isto é hipocrisia.

Você não é resolvida porque trata homem “de igual pra igual”. Nem é moderna porque rebate tudo na mesma moeda. Responder grosseria com grosseria é falta de educação, o que não é legal em ninguém mas, com certeza, na mulher é muito mais feio.

Vingar traição com traição também não é sinal de autonomia e sim de pobreza de espírito.

Sair para balada porque o namorado te trocou para jogar bola ou poker não é coisa de mulher, e sim de adolescente.

Cada vez que você tenta “dar o troco”, só confirma sua subordinação ao homem. Quando você se exalta, xinga e despreza, na verdade está dizendo “por favor, não me deixe sozinha de novo que eu não dou conta. Eu não me aguento.”

Quando esconde sua fragilidade por baixo de insultos e rispidez, só prova o quanto ela é grande. E ao usar a mesma fragilidade para fazer drama e pedir arrego, apenas confirma o que o homem já sabia: além de grossa, é fraca, manipuladora e previsível. Quando você berra, todo homem sabe que depois vem choradeira. E este expediente, além de infantil, é muito chato. Dá preguiça.

Quando você, mulher “moderna”, faz piada da sua amiga que sonhou e conseguiu ser dona de casa, saiba que ela está muito mais feliz do que você. E se é do tipo que se recusa a ser Amélia achando que é isso que todo cara quer, então você não sabe nada sobre homens.

(E de mais a mais, para o mundo é melhor uma Amélia feliz do que uma “liberada” pé- no-saco.)

Quer ser independente? Admita a necessidade de ter um homem. Homem não tem vergonha de escancarar que precisa de mulher.

Se você é daquelas que repete a toda hora que não precisa de ninguém para ser feliz, você não só precisa, como seu caso é grave. É urgente. A Madonna não vive sem macho, a Angelina também não, Jennifer Aniston idem. E para elas não falta estabilidade financeira e atenção, mesmo assim todas reconhecem a necessidade de companhia. Portanto, baixe sua bola.

E não é porque, para elas, os homens do leque de opções são perfeitos. Pois fique sabendo que o George Clooney esquece datas de aniversário e faz xixi na beirada da privada. O Johnny Deep coça o saco, grita quando a mina dele enche a paciência e tem coragem de pegar a Samambaia ou a Priscila do BBB, só depende da ocasião. Se você fosse tão esperta quando acredita, já teria percebido que nem todo homem é sapo, mas nenhum é príncipe.

De fato, tem muito vagabundo por aí. Mas são tão previsíveis que se você, a esta altura do campeonato, ainda consegue cair nessas pegadinhas, a culpa é, de novo, inteiramente sua. Ninguém põe um revólver na sua cabeça e te obriga a fazer besteira.

Ou se tem certeza que “homem é tudo igual”, escolha logo um e pare de resmungar e se enganar.

Nickzinhos do Fernando Pessoa no MSN não vão trazer “borboletas para o seu jardim.” Não acredite em poetas. O poeta tem certeza que o texto dele é bom, ele só mostra para a mulher quando quer sexo. São bêbados, mentirosos, infiéis, vestem-se mal e vivem com olheiras. A frase “beleza é fundamental” certamente foi inventada para justificar uma traição.

Quer ser independente? Assuma suas vontades, riscos e segure a bronca sem chororô. Se o seu tesão é por um abdome sarado, fique com ele, mas depois não espere que o tanquinho se transforme em massa cinzenta. Ou boa sorte quando for tentar mudar à força.

Malhe para ter o corpo que você deseja e não o que está na moda. Saiba que os mls do seu silicone só fazem diferença nos primeiros cincos minutos, mas é quando você abre a boca que o cara decide o que quer com você. Homem é prático, se liga no resultado, e quem determina isso é o caráter e a personalidade da mulher.

Fique com o cara que você quer e não com o que todas querem. Independência é dizer “sim” quanto se tem vontade. Ficar adiando por frescura é correr o risco de perder oportunidades e só demonstra imaturidade. Diga “não” se for o caso, mas seja educada, porque o sujeito pode não ser o seu tipo, mas o amigo dele talvez seja. E o rejeitado não vai economizar palavras nem para te elogiar, nem para falar mal.

Vista-se para você mesmo e não para competir com as outras. Homem não vê graça nenhuma num bando de bonecas padronizadas (a não ser que estejam peladas). Depois não reclame quando o seu desejado preferir a “baranga”.

Ao invés de ralar para ter o peito ideal, procure ter a mente ideal. Tire um pouco a bunda do banco de supino e ponha no divã do analista. Antes de partir para o próximo errado, vá descobrir porque você dispensou os bons.

Reconheça suas inseguranças, trabalhe-as, entenda. Não há mal nenhum nisso. Não é motivo de vergonha. Pare de negar suas fraquezas tentando se equiparar ao homem. Você não vai conseguir e ainda vai trazer problemas para quem estiver do seu lado.

Desencane dos seus trinta anos. Há muita vida pela frente. Se você aproveitou todo esse tempo para acumular traumas ao invés de aprendizado, a culpa não é da idade. A situação ficará pior com quarenta, cinquenta e por aí vai, se você continuar achando que vai encontrar o homem perfeito. Você estará mais solteira, mais chata e menos bonita. A hora é agora. Procure ser o melhor que você pode, não espere dos outros. Isto sim é independência. Se demorar para entender, quando se der conta, vai sofrer pela beleza que perdeu. E velhice não tem solução, só disfarce.

De uma vez por todas: você é mulher. Frágil, sensível, sonhadora, indecisa e insegura. Nenhum cara inteligente espera nada diferente. Mas no momento que tenta ser outra coisa, você deixa de ser um delicioso mistério e se transforma em um problema chato e sem solução.

E se leu até aqui e só chegou à conclusão de que eu sou um revoltado que não pega ninguém, então você somente confirmou tudo que eu acabei de dizer sobre você.

Uma pena. Eu estou só te dando uma força. Quero apenas te ver feliz. E evitar que minha caixa de entrada se entupa com mais porcaria. (Neizz)

22 de setembro de 2009

Vergonha na cara

Quanto mais se tem de si, 
menos se quer dos outros.

(Arthur Schopenhauer)




Uma das maiores críticas que sempre me fizeram é que nunca tive vergonha na cara. Chateada, defendia-me dizendo que não tinha muita capacidade de odiar, por isso conseguia esquecer com facilidade o que me faziam. E assim, as relações se seguiam (Será?). No entanto, ao abandonar o sentimento de ofensa, me dei conta de que o verdadeiro valor da vergonha na cara não está na discussão ou na imposição de ideias. Nem mesmo tem relação com não saber perdoar ou guardar raiva, mágoa e ódio dentro de si. Trata-se de ter elegância no comportamento e se olhar com respeito e com carinho.
Quem sabe perceber quando sobra, quando não é mais desejado, rebaixado nas entrelinhas, ou quando está servindo de bode expiatório da baixa-estima do outro, e consegue se retirar sem precisar guerrear, deveria ser coroado rei. Como dizem por ai, o silêncio é de ouro e, em minha opinião, as palavras, muitas vezes, nada mais são do que suor desperdiçado.
Nunca gostei de suar e por muito tempo tive a ideia errada de que meu coração era como uma favela, sempre cabia um desabrigado. Não, não cabe. De uns tempos para cá, só tem morada em mim quem faz por merecer este abrigo. Não precisa pagar aluguel, mas é obrigatório colaborar para manter o ambiente limpo e bem cuidado. Em curtas palavras: Mantenha o respeito!
E assim que determinei sem abrir a boca, sem escrever nos murais online da vida e sem precisar me perguntar era correto ou não: posso amar quem eu quiser, mas só demonstro para quem corresponde. No mais, recuo-me e direciono a importância para outra opção ou alguém que mereça. E isso vale para quem vier.
Ainda de uns tempos pra cá, descobri que a vergonha na cara é a eterna luta da real percepção com a coragem. É preciso não se colocar vítima do mundo para não cair nas armadilhas do ego ferido, que crê que todos têm que estar a seu favor - Não se trata disso. E ao mesmo tempo, é preciso uma dose imensa de solitude. De se bancar sozinha. Vai lá que no final das contas seja real o fato de que todas as raízes das árvores do sue jardim precisam ser cortadas?
Não aprendi a ser cangaceira, nem lidar com facão ou serra elétrica e não gosto da agressão do corte. Apenas estou aprendendo a trancar a porta do meu latifúndio e não contar para ninguém onde esta a chave reserva. Quem decide minhas visitas sou eu. Do outro lado, mudei a forma de alimentar a terra. Quando as ervas daninhas não têm o que destruir morrem de inaninação.
Nosso tempo e nossas palavras são preciosas demais para oferecermos a quem não saberá compreendê-las ou escutá-las. E diálogos construtivos são aqueles que não deixam espaço para a autodefesa, para o ataque ou para a sobreposição do certo sobre o errado. Da minha opinião sobre a de ninguém ou a de outrem sobre a minha.
Minha carência seletiva tem se resumido a praticar a máxima de que eu sou minha melhor amiga e companhia.
Para quem olha de fora, parece simplesmente uma brisa suave, ou no máximo, um dia de mau humor. Para quem vive a experiência, sabe que quando a força da mudança se torna impaciente, é preciso ceder e refazer. Já quase não lembro dos que saíram, apenas dos que deixei ficar. Não lembro de ter mandado cartão de despedidas ou ter acenado até breve para ninguém, não recordo de nenhum bate-boca ou mail malcriado. Só recordo de um "Basta".
Se a crítica da falta de vergonha na cara algum dia vai se transformar em elogio, não sei. A busca não é esta. muito menos o caminho. Não há necessidade de aval ou clap, clapt. O que importa mesmo é a sensação de que o nhém-nhém-nhém saiu do cenário, que a energia está se restabelecendo e de que essa é uma decisão sem volta.

30 de agosto de 2009

A insatisfação nossa de cada dia


Quando era criança e reclamava de não ter o novo disco da Xuxa, ou porque o bonitinho da rua não me olhava, minha mãe quase sempre me levava para alguma comunidade ou favela. Chegando lá, apenas entrávamos e ela me mostrava os valões de esgoto, os barracos, ou me deixava com as crianças remelentas e sem roupa. Não dizia nada, nem fazia amizades. Era só aquilo. Nada além.

Já em casa, quanto entrávamos no meu quarto, ela colocava minhas bonecas sobre a cama, arrumava os brinquedos, me mostrava as roupas do armário e o uniforme do colégio particular pendurado atrás da porta. E me trancava ali por algumas horas, minutos talvez.

Demorei para entender o sentido daquilo. Encarava como castigo e falta de atenção dela.

Semanas atrás, entrevistei uma coaching, numa pauta sobre executivos insatisfeitos. De primeira, ela falou: "Não importa o cargo, nem o perfil. Todos reclamam. Virou moda". Continuei a entrevista, mas fiquei com o trecho latejando na cabeça. Esta semana, lendo este artigo, acabei juntando as referências. Para completar, pedi para minha mãe contar como era a vida antes de conhecer meu pai. Ela respondeu com repostas evasivas, encerrando a conversa assim: "Olha pra frente, garota. Para que ficar falando daquilo que não serve mais? Relembre coisas boas"

Impossível não pensar: Por que reclamamos tanto? Somos vítimas do chefe, dos amigos incompreensivos, da dor de cabeça nossa de cada dia. Mal humorados pela falta de sol, ou pela falta de frio que nos impedirá de usarmos nosso guarda-roupa de inverno. Endemoniamos o carinha que nos deu um pé na bunda, ou a amiga que furou o encontro, ou o doce de leite que nos rendeu dois kilos a mais. Estamos drogados. Viciados no mimimi.

E a capacidade da alegria desce ladeira abaixo.

Quem foi que nos ensinou que é idiotice rirmos de nós mesmos? Ou que pessoas brincalhonas não são confiáveis? Não propago o conceito abstrato da felicidade. Mas assim como na canção, "todo mundo tem pentelho, só a bailarina que não tem". Sim, todos temos pentelhos, celulites, contas para pagar, comidas que não gostamos, pessoas que nos irritam e muito mais. Só a bailarina (E a Sandy) que não tem.

Então por que tanta lamentação? Será nececissade de palmas? É tão necessário alimentarmos nossas biografias repetindo exaustivamente os problemas que passamos só para ouvir: Parabéns, você venceu? E desde quando escravos do próprio ego e dependentes da opinião do outro são vencedores? O reclamão nada mais é do que um carente.

Não que tenhamos que fazer cara de botox, com sorrisos a torto e a direito. Nem agradecer ao topar o dedão do pé no móvel da sala. Ou naturalizar aquilo que nos irrita. Mas quem disse que vida plena é ausência de problemas? Ou melhor, quem garante que lamuriar realmente resolve? No mínimo, entope os ouvidos dos outros. No máximo, nos afoga nessa lama movediça da autopiedade. Caminho muitas vezes sem volta para quem crê que esta é a única trilha possível dos tempos modernos.

Sei que o que dói em mim, pode ser cócegas no outro. E que pimenta no C. dos outros é refresco. E que empatia é uma virtude. Sim. No entanto, será que estamos tão mal assim e que é preciso lamentar aos quatro ventos sempre? Pode ser que exista por aí uma conspiração disposta a sabotar nossas aspirações, fazer nosso calo doer, o esmalte descascar ou nossos parentes falecerem. Ou que todo azar do mundo tenha caído em nosso colo. Mas simplesmente, pode ser que seja apenas uma questão de escolha. Nossa escolha. Afinal, cada povo tem o governo que merece!

Talvez a frase clichê: "Vai passar", funcione. Passa sim. E muitas vezes porque simplesmente não estava ali. São nossos olhos de lente de aumento que transformam formigas em elefantes. E que encaram o copo sempre pela metade vazio. Mas se o mau hábito permanece, qualquer unha quebrada ou queda das Torres Gêmeas poderão ter sempre a mesma proporção.


..: Retornei e aproveito para agradecer à Faxina pelo lindo template :..

9 de agosto de 2009

História Verídica

Minha irmã trabalha na administração de uma rede de motéis. Ai, hoje, ela chega em casa, pela manhã, com uma galinha branca dentro do carro, presa dentro de uma caixa de papelão. Sim, o cliente deixou "de presente" para ela a bichinha presa no quarto do motel.

E pra piorar, minha mãe tirou do cachorro de minha irmã o prazer de matar a galinha e ela mesma matou. Não sem antes ficarmos de olho para ver se a bichinha tinha sofrido violência sexual lá no motel!!!

Enfim, poderia ter virado nossa janta, mas já tínhamos comprado camarões para fazer um risoto.

Tem horas que entendo porque não recebo alta da análise. Freud explicaria, mas preferi Jung.

3 de agosto de 2009

Sonho

Quase dois meses depois, finalmente ele falou comigo. Estava deitado no sofá da casa que morávamos, com aquela bermuda azul de sempre e também vestia uma blusa azul, quase no mesmo tom. O sofá ainda era verde, o que tínhamos jogado fora antes da mudança. Tava deitado e eu perguntei como ele estava. Abriu os olhos, me disse que ainda estava doendo, mas que já tinha melhorado bastante. Subi até o quarto de cima para ver o que podíamos fazer. Ai me lembrei que ele já estava morto e não tinha como fazer o plano de saúde atendê-lo. Desci e liguei o ventilador na sala. Estava calor e eu só queria que ele dormisse melhor.

Quando acordei, só deu tempo de contar para a minha mãe: Desta vez, ele decidiu falar comigo.

Saudades (Muitas)

13 de julho de 2009

Convocation Society



Quantos blogueiros
que vem aqui são do RJ?
Que tal fazermos um "encontration society"?

24 de junho de 2009

Pensando alto

Decidi não mais brigar e apenas fazer o que for preciso. Decidi não mais contestar e apenas conservar minha energia. Não adianta, não há força individual capaz de alterar a forma como as pessoas nos tratam. Há, apenas, o meu não e o meu sim para determinadas situações, provas e pessoas. Estou cansada. Cansada de um carinho valer tão pouco. Cansada de sorrir para quem sequer merece ver o meu rosto. Tem horas que é realmente melhor ficar sozinha.
Eu poderia ter ligado novamente e discutido. Seria o que sempre foi feito, o comum, o costume. Poderia ter conversado, discado o número de telefone, convidado para um passeio, poderia...poderia...poderia. Decidi ficar aqui, quieta. Minha arma principal agora se chama silêncio.
Eu não brigo mais, não peço e sequer espero. Mesmo quando me surpreendo.

13 de junho de 2009

Até breve, pai!

Este fevereiro azul. Como a chama da paixão. Nascido com a morte certa. Com prevista duração. Deflagra suas manhãs. Sobre as montanhas e o mar. Com o desatino de tudo. Que está para se acabar.


A carne de fevereiro. Tem o sabor suicida. De coisa que está vivendo. Vivendo mas já perdida. Mas como tudo que vive. Não desiste de viver, fevereiro não desiste: vai morrer, não quer morrer.


E a luta da resistência. Se trava em todo lugar: por cima dos edifícios, por sobre as águas do mar. O vento que empurra a tarde. Arrasta a fera ferida, rasga-lhe o corpo de nuvens. dessangra-a sobre a Avenida

Vieira Souto e o Arpoador. Numa ampla hemorragia. Suja de sangue as montanhas. Tinge as águas da baía. E nesse esquartejamento a que outros chamam verão, fevereiro ainda em agonia resiste mordendo o chão. Sim, fevereiro resiste. Como uma fera ferida. É essa esperança doida. Que é o próprio nome da vida.

6-6-1932 + 13-6-2009

Vai morrer, não quer morrer.
Se apega a tudo que existe:
na areia, no mar, na relva,
no meu coração - resiste.

(Verão - Ferreira Gullar)

6 de junho de 2009

7 de maio de 2009


Quem
sabe o que é ter e perder alguém?

30 de abril de 2009

19 de abril de 2009

A minha gratidão

A minha gratidão tem corpo debilitado e algumas rugas na face. Tem os cabelos desbotados pela falha da tinta que não foi pintada no último mês. Conhecemos-nos há anos, e no começo eu que era a gratidão dele; o mundo dele; o amor e o cuidado dele; o medo e o orgulho dele. Aquela gratidão foi crescendo ali, sem pedir licença nem perguntando "como" e "por que". Era para ser, razão de existir.
Quando nos conhecemos, ele já estava pra lá dos 40 anos. Aliás, já estava para mais dos 50. Revertendo expectativas daqueles que têm mente pequena e coração ferido, ele decidiu ser pai. E sendo pai me ganhou, me escolheu sem saber como seria, mas desejando que fosse. Que eu fosse alguém independente dele, que o amasse muito, que assistisse o jornal nacional e o horário eleitoral gratuito com ele todas as noites.
Ele quis coisas que não conseguiu, como que eu não me decepcionasse quando percebi que ele gostava de beber, que eu nunca chorasse por um homem que não me merecesse, que a vida nunca me desse uma rasteira, que eu fosse mais compreensiva com as falhas dele e com as minhas também.
Entre as coisas que quisemos e não conseguimos obter um do outro, percebemos que no meio das faltas e das falhas sobrou espaço para os acertos que o amor provoca. Mesmo sem nunca exigir nada em troca nos fizemos amáveis um para o outro. Cada dia, mais um dia, mais uma briga ou mais uma conversa gostosa na varanda. Um presente inesperado ou um esporro necessário. Nos completávamos assim.
Ele nunca levantou a mão pra mim, não me chamou a atenção na frente dos outros ou deixou faltar qualquer coisa dentro de casa. Não aprovou muitas das minhas escolhas, mas sempre ficou ali, observando de longe.
Do meu lado, nunca deixei que falassem mal dele perto de mim, e, de uma forma ou de outra, nunca tirei do meu norte não ser a pessoa que ele não gostaria que eu fosse. Não aprovei muitas de suas atitudes, mas não deixei que tirassem de dentro de mim a escolha de amá-lo incondicionalmente.
Ele perdeu a mãe quando eu já havia nascido, perdeu a única irmã há pouco mais de dois anos. Eu o ganhei de presente quando já tinham programado que eu viria ao mundo mesmo sem saber quem cuidaria de mim. Ganhei dois irmãos, uma mãe e uma família inteira no pacote.
E ele cuidou tão bem da gratidão dele. Defendeu, alimentou e valorizou como se tivesse descoberto um tesouro escondido no fundo do armário. Exibiu, adorou e admirou como se ganhasse um troféu de cabelos crespos e pele morena. Apostou e almejou como se necessitasse de um prêmio da loteria.
Nos últimos dias, fizemos um trato silencioso. Sem pedir, ou sem pensar que um dia aquilo poderia acontecer, mas por necessidades do coração e da dor, trocamos de lugar. Ali, naquele quarto de parede azul e com uma televisão que não funciona, virei a mãe e ele o filho.
O meu filho atende quando o chamo de pai. Durante a noite acorda precisando de cuidados. Dos mesmos cuidados que recebi dele quando os papéis familiares estavam na ordem natural. Das coisas que me ensinou, repasso à minha mente e às minhas mãos o dever de banhá-lo, de trocar sua fralda, vesti-lo, escovar seus dentes e alimentá-lo. Prestar atenção no horário dos remédios...
...Segurar as mãos dele, assim como ele fez quando precisava me ensinar a atravessar a rua ou andar de bicicleta. E eu choro por ele, como ele chorou comigo toda vez que ralei meus joelhos no asfalto ou tive febre alta causada pela amigdalite.
O meu pai, o meu espelho, o meu bebê tem me ensinado a chorar gritando baixo sozinha no quarto, a implorar aos céus que tudo dê certo, e que neste teste nós dois passemos com nota máxima. Sem pedido prévio, está me ensinando a ser mãe, a abandonar o sono pesado para velar o dele.
Tem me feito perceber que voltaremos ao pó, que só amor de pai e mãe transcende qualquer barreira física. E me ensinado a agradecer por todo aquele bem que já sabia que a vida havia me dado de graça quando abri os olhos para o mundo.
Quero que ele volte pra casa. Curado. Que tudo isso seja apenas um susto. Quero tomar um copo de vinho com ele e assistir o noticiário. Enquanto não pudermos fazer isso, vou aqui de um jeito ou de outro, com os olhos abertos demais, enxergando muita coisa dolorida, com o rosto ardendo de tanta lágrima, com o desabafo de quem está tremendo de medo e congelando de incompetência, com as risadas raras cada vez que dou cada vez que ele reage com esperança. E com a gratidão se estendendo aos amigos que estão por perto, mesmo de longe, em oração. Quero poder ser filha e que ele volte a ser meu pai.

4 de abril de 2009

Dia Branco


Quando era criança, aquele dia deveria ser cor-de-rosa. Nos desenhos do caderno da escola seria céu azul, sol com sorriso amarelo, nuvens de cantos arrendados. As flores pareciam bonequinhas. E a bonequinha era feita de linhas finas como palitos de dentes. Naquele tempo, o desenho era rascunho fácil. Brincadeira da aula de artes, cenário do enfeite das festas de brigadeiro e música da Xuxa. Pintura de quem só via o colorido das coisas. Outro dia, fui desenhar novamente. O rascunho do mundo que eu via. As cores deveriam ser mais secundárias ou terciárias, os cantos melhor definidos. Não eram. Estavam ali a boneca de palito de dente, o sol sorrindo com raios amarelos e as flores bonequinhas.


Desenhe o coração dos seus sete anos de idade. Desenhe-o novamente agora, aos 18, aos 20, aos 26, semana passada, ontem. Mudou? No meu só a cor mudou. Era rosa, do mundo cor-de-rosa, do fundo vermelho. Agora é branco. Como o dia branco da música do Alceu. Branco. Sem contorno, branco pela limpeza que algumas águas visionárias provocam. Branco pela reunião de todas as cores. Branco pela paz de reconhecer que a preocupação é desnecessária, porque o destino sempre cumpre seu papel. E talvez, só talvez, os traços do papel nunca mudaram porque a mão que o fez era regada de vontade e não de medo. Conjunção que resulta naquilo que alguns chamam de coragem. Expansivo, vivo!


Um dia como aquele. Como aquele dia do desenho. Dia desenhado na mente da criança que quase afirma que não cresceu só porque acha que não aprendeu a desenhar. Ou dia do desenho eterno, que não muda com o tempo. Aquarela do futuro, da escolha de onde estar, de como ser. Da certeza dos sonhos que não morrem. Do caminho percorrido de sandália rasteirinha, pelas linhas tortas, mas com vitória na chegada.


O dia vira noite, as estrelas parecem brancas perto da escuridão do céu. Nem toda lua cheia é amarela, nem toda correta distância entre dois tempos é uma reta. Mas a boneca ainda é feita de linhas de palito de dente. O sol ainda sorri amarelo e o céu tem um tamanho maior do que apenas o terreno dos anjos bons. Certas coisas nunca mudam. Ainda bem.

21 de março de 2009

Pedidinho

O blog faz niver dia 1 de abril

Eu quero uma template nova

Só que não sei desenhar templates

Logo, peço aos meus queridos que ajudem-me

Algúem me
dá uma
template nova
de presente?

Please...Please...!

13 de março de 2009

Frio estranho


Tenho sentido um frio estranho. De tomar banho morno antes de dormir. De colocar o vento no sentido contrário da força.

Tenho sentido um frio estranho. De colocar calças em vez de saias e vestidos. De quase não suar. De dormir úmida para me sentir quente.

Tenho sentido um frio estranho. De dar vontade de ler livro ganhado. De usar calcinha branca feito neve. De buscar aquecimento em novas perspectivas.

O meu frio é estranho por ter chegado sem rosto e sem corpo no meio deste calorão da cidade purgatório da beleza e do caos. Chegou com cheiro de chocolate quente e gosto de salada de alface, que eu não conheço o sabor.

Tenho sentido um frio que escreve letras tortas no diário, apenas iluminada pela luz da TV. O meu frio começou a ler poesia, tem desejo de cantar cena de filme com música do Elton John.

Meu frio veio depois de uma forte febre que me derrubou numa cama grande demais para meu corpo fervente, encolhido de frio e de suor debaixo do endredon.

O meu frio veio para ensinar a liberdade do não, quando usado para evitar os excessos desnecessários. Dizer não para a pequenas coisas que nos queimam a cabeça sem razão de ser chama é deixar espaço para ter a mente com a leveza de brisa.

Meu trincar de lábios aprendeu que meu sorriso é ouro em pó e só merece ser doado aos que aquecem a alma e nos enchem o coração de carinho sabor mingau de chocolate com canela.

o meu frio invadiu o verão, antecipou as águas de março, que levaram a correnteza do bueiro, as dores, os vícios e as neuroses. Este frio me deixou o básico-essencial, descortinou o supérfluo, o vencido e o podre.

Veio carregado, congelou com a neve, lavou com a chuva e me deixou ali...

...Folha verde hidratada. Bonança depois da tempestade

5 de março de 2009

Pai



Não vão embora daqui
Eu sou o que vocês são
Não solta da minha mão
Não solta da minha mão

(De onde vem a calma? - Los Hermanos)

9 de fevereiro de 2009

Shame


Vergonha é uma sensação em desuso. Já me disseram. Mas para meus sentidos isso pouco adianta. Sinto toda vez que meus atos carinhosos são mal-interpretados e sempre que a ansiedade julga os atos dos outros com olhos de veneno. Minha vergonha é sem educação. Aparece quando menos imagino. Visita sem ser convidada. Exatamente na hora que o corpo percebe que ainda deseja quem não fez por merecer meu tesão.

De vez em quando, a guerra é feia, ela se traveste de ansiedade e desfila suntuosa pela escada rolante da minha verborragia. Não há muro de proteção que segure. É um tal de palavra errada na hora errada...É como cair da cadeira mesmo permanecendo sentada. Uma sensação de estar flutuando sem rede de proteção.

Quem me dera minha vergonha fosse discreta e se conformasse apenas com o rubor da minha face. Mais do que isso, ela tropeça, descarrega, grita, chora...E mimadinha que só, se arrepende depois.

Vergonha é uma pombagira que incorpora em mim para lembrar que o sangue não é de barata. Então é melhor cuidar do nível de entrega, porque a mocinha aqui não vai sobreviver a Bomba de Hiroshima. O tal do sentimento estranho chega quando a adaptação foi dar uma volta por terras distantes. E ai, lembramos que esquecemos de disfarçar o incomodo quando o carinha de dois dias atrás de repente, simplesmente, cisma de não querer.

Vergonha é aquela coisa inquietante, que te lembra que os outros estão de olho; lembra da promessa de dar orgulho aos seus pais e ao seu analista e que orou antes de dormir prometendo ser uma pessoa equilibrada e serena. E a tentativa quase sempre falha.

Nestas horas, onde a culpa é maior do que o prazer pode ser melhor mandar a vergonha ir pastar em outros corpos e te dar o direito de se mostrar incomodada. Mas sabe como é, ser frágil é ser fraco. Será? Se ter vergonha é ter recato, ser uma sem-vergonha devia ser a glória humana.

É bom não ter vergonha de ser honesto consigo mesmo. Nem pensar duas vezes antes de dizer para o outro: É me senti ferida, sim! É bom não ter vergonha para sussurrar eu te amo no ouvido da mãe, do irmão, do pai, ou do sexo masculino da vez. Bom ser sem-vergonha de recomeçar, de se mostrar humano, de errar e pedir desculpas.

A gente erra tentando acertar; prejudica tentando ajudar; machuca querendo consolar. E por aí, vai. A graça mesmo é ser sem vergonha. Despudorada, jogada na vida, como quem espera apenas o alento do próximo doce ou a saliva quente do próximo beijo.

A falta de vergonha, para nós meros mortais que só queremos comida, diversão e arte, deveria vir no manual de instruções de todo ser que se permite apenas ser...Ou talvez estar, quando lhe for mais conveniente. Quem sabe nem uma coisa, nem outra?

Só que a vergonha chega sempre sem ser evocada. E quando a minha vem, quase me sinto culpada por aquela conversa no domingo, por ter deixado claro minha chateação, por não ter tido os beijos que queria. Ter vergonha, na verdade, seria ter me comportado bem naquele sábado (Isso seria esperteza). Não ter vergonha foi ter ficado tonta com o verde dos olhos alheios.

E hoje, e talvez amanhã e depois, ainda no refluxo destes atos, acho que é melhor usar meu salto mais alto e mandar a vergonha ir $%#@&¨$%. Tudo com muita classe. Afinal, sou uma moça comportada.

3 de fevereiro de 2009

Depois daquele sábado

E até eu...

que sempre fui meio Polyana...

Já estou cansada de tanto acreditar...

E começo a me conformar a viver sem esperança...

(Eu vou voltar com um texto inteiro. Prometo)

27 de janeiro de 2009

E toda vez que alguém diz


...Eu sempre falo o que penso



Eu automaticamente penso...


...Mas será que pensa antes de falar?

22 de janeiro de 2009

19 de janeiro de 2009

Estou

Assistindo BBB (É, eu gosto), adorando ir à academia (Os glúteos agradecem), evitando comidas que só engordam, conseguindo não aumentar a minha conta de celular (Milagre), chegando na hora nos compromissos (Obrigação), adorando mercado financeiro (Sério mesmo), dançando muito (O samba voltou a me amar), com a pele bem morena (Tem gente me chamando de mulata), provocando e sendo provocada (Preciso me segurar), beijando tanto na boca, dormindo tarde só para falar com uma pessoa (Tô perdendo a linha)com o cabelo pintado de vermelho e as unhas também (Quase uma pombagira), consciente dos defeitos e do que posso mudar (Mente ativa), rindo demais, com a cabeça leve, o corpo solto e o espírito bem livre (Super feliz).

Esse tal de ano novo tá começando tão bom...

8 de janeiro de 2009

Ritmo


Reze todos os dias. Mesmo sem palavras, sem pedidos, sem entender porque, faça da oração um hábito. Se no começo for difícil, proponha a você mesmo: “vou rezar todos os dias desta próxima semana”.

Lembre-se que, você não só está criando um laço mais íntimo com o mundo espiritual; também treinando a sua vontade. É através de certas repetições que desenvolvemos a disciplina necessária para o verdadeiro combate da vida.

Sabemos que não adianta esquecer a promessa, e no dia seguinte rezar duas vezes. Tampouco adianta rezar sete orações num mesmo dia, e passar o resto da semana achando que cumprimos a tarefa.

Certas coisas precisam acontecer na medida e no ritmo certos.

Paulo Coelho.

*** Não importa em que divindade acreditamos. Não importa sequer se acreditamos em alguma coisa superior. Orar, rezar, fazer uma prece, seja lá o nome que for, é antes de tudo conversar com o que há de mais íntimo em nós. É encontrar um tempo na correria e na crueldade da vida para desejarmos o melhor do mundo para nós e para quem amamos. É pedir paciência, sabedoria e força. Sim, pedir. Há alguma vergonha em pedir? Não deveria haver, pois que o mundo espiritual não nos dá nada que já não seja nosso. Tudo o que temos dentro do coração nos pertence, seja bom ou ruim. Só perdemos nossas qualidades e nossos defeitos quando desejamos perder. As virtudes inatas não dependem de bom emprego, de família equilibrada, de um amor do lado da cama ou de dinheiro no bolso para acontecer. Elas simplesmente São. E Estão em nós assim como o mar está para as ondas.

Orar, rezar ou fazer uma prece é meditar a favor do autoconhecimento, entrar em contato com o que somos. Não há que se ter medo, nem vergonha, nem sequer "praticar" apenas quando estamos desesperados. Orar, rezar ou fazer uma prece deve ser um hábito assim como escovar os dentes, tomar banho ou trabalhar. É a chance de sermos um pouco mais de nós, sem máscaras, sem intercessões de terceiros. De joelhos, deitada, sentada, no quarto, no meio da rua, na sinagoga, na igreja ou na macumba, pouco importa. O Deus de cada um não exije sacrifícios do corpo para se manifestar, basta apenas abrir o coração. E deixar fluir. ***

Feliz 2009.

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