Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba"
e eu vou dizer: Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar
e eu vou dizer: Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar
mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos vamos pagar limpo a quem a gente deve, e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o scambau. Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal.
Eu repito, ouviram? IMORTAL!
Sei que não dá para mudar o começo mas,
se a gente quiser, vai dá para mudar o final!
Eu repito, ouviram? IMORTAL!
Sei que não dá para mudar o começo mas,
se a gente quiser, vai dá para mudar o final!
Só de Sacanagem, Elisa Lucinda
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Com nó na garganta pela empregada doméstica espancada. Chateada com a guerra urbana do RJ. Cheia de engolir à seco e manter a pose de pessoa educada que me impede de mandar muita gente ir TOMAR %$#@*&@#.
O que estamos nos tornando no meio disso? Tão egoístas e só pensando no próprio umbigo, transferindo a responsabilidade. Nem greve mais este povo faz direito. Onde foi parar a dignidade? Perda tempo fazer protesto contra violência na praia de Copacabana.
Estamos virando bichos. Selvagens como no tempo das cavernas.
Acordamos estressados por causa do chefe, pelo filho que vai mal na escola, pela esposa que não quis transar, pelo cara que só queria te levar para cama e nada mais. Lemos o jornal; a raiva aumenta; vira trauma. Ninguém faz nada. Tranque-se no seu apartamento e defenda-se blindando o carro ou indo passar férias na Disney.
Sequer nos lembramos de cumprimentar o motorista do ônibus.
O que estamos nos tornando no meio disso? Tão egoístas e só pensando no próprio umbigo, transferindo a responsabilidade. Nem greve mais este povo faz direito. Onde foi parar a dignidade? Perda tempo fazer protesto contra violência na praia de Copacabana.
Estamos virando bichos. Selvagens como no tempo das cavernas.
Acordamos estressados por causa do chefe, pelo filho que vai mal na escola, pela esposa que não quis transar, pelo cara que só queria te levar para cama e nada mais. Lemos o jornal; a raiva aumenta; vira trauma. Ninguém faz nada. Tranque-se no seu apartamento e defenda-se blindando o carro ou indo passar férias na Disney.
Sequer nos lembramos de cumprimentar o motorista do ônibus.
Esquecemos do básico, do que aprendemos na pré-escola:
Dá licença, Bom Dia, Por Favor, Muito Obrigada!
Isso é selva. E não quero fazer parte disso.
Em depoimento para o documentário sobre Vinícius de Moraes, Chico Buarque disse que se o poeta fosse vivo estaria em depressão. Porque jamais seria feliz vivendo num mundo como esse.
Quem ainda consegue ser feliz. Não estou falando de ficar alegre. Colocar uma gargalhada na cara é fácil, dizer que está tudo bem é mais fácil ainda. As máscaras e a alienação foram criadas para isso. Bem, prefiro colocar meu sobrinho para dormir comigo e abraçá-lo por toda noite. Encher os olhos de lágrimas ao escutá-lo dizer que orou pelo amigo da escola porque sabia que ele ia apanhar da mãe. Quero levar a minha mãe ao cinema, mesmo que ela durma quase o filme inteiro. Preciso dizer Eu Te Amo ao meu pai para que, na correria do cotidiano, ele sempre tenha certeza disso. Quero passear de barco com meu irmão. Confidenciar segredos as minhas melhores amigas. Mergulhar no mar sem medo da bolsa ficar na areia. Quero falar que amo sem ser judiada ou ignorada por isso. Quero ouvir eu te amo. Quero respeito, caráter, liberdade e honestidade. Quero respirar. Preciso!
Isso é selva. E não quero fazer parte disso.
Em depoimento para o documentário sobre Vinícius de Moraes, Chico Buarque disse que se o poeta fosse vivo estaria em depressão. Porque jamais seria feliz vivendo num mundo como esse.
Quem ainda consegue ser feliz. Não estou falando de ficar alegre. Colocar uma gargalhada na cara é fácil, dizer que está tudo bem é mais fácil ainda. As máscaras e a alienação foram criadas para isso. Bem, prefiro colocar meu sobrinho para dormir comigo e abraçá-lo por toda noite. Encher os olhos de lágrimas ao escutá-lo dizer que orou pelo amigo da escola porque sabia que ele ia apanhar da mãe. Quero levar a minha mãe ao cinema, mesmo que ela durma quase o filme inteiro. Preciso dizer Eu Te Amo ao meu pai para que, na correria do cotidiano, ele sempre tenha certeza disso. Quero passear de barco com meu irmão. Confidenciar segredos as minhas melhores amigas. Mergulhar no mar sem medo da bolsa ficar na areia. Quero falar que amo sem ser judiada ou ignorada por isso. Quero ouvir eu te amo. Quero respeito, caráter, liberdade e honestidade. Quero respirar. Preciso!