28 de fevereiro de 2008

Há momentos que se casam com canção


E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público

Morreu na contramão
atrapalhando o tráfego

(P.S: é muita falta do que postar mesmo)

22 de fevereiro de 2008

19 de fevereiro de 2008

Chega de Saudade (?)

No domingo, pensei num post sobre a etimologia da palavra e do privilégio de ser da língua portuguesa. Seriam saudades de tempos que se foram, das pessoas que deixamos de ser…e blá blá blá. Divagando, comemorei por não ter a agonia saudosa no peito, mas ontem esse distanciamento acabou e a tal Dona Saudade atormentou-me ao telefone.
Apenas uma segunda-feira qualquer, acordar, banho, café, trânsito, inglês, análise, trabalho, plantão, casa, dormir e começa terça. Porém, os míseros 20 minutos de intervalo expulsaram a calma interna que afagava-me nos últimos tempos.

Do outro lado da linha:

– Vendemos a casa.
– Como assim, Bial? Ops, mãe?
– Vendemos filha. Vendemos!

Risadas altas brilharam meu rosto, enquanto os olhos estavam num quase pranto. Cheguei na terapia e vibrei porque tudo mudaria a partir de agora. O "tal momento" parecia estar bem na minha cara, querendo uma atitude, um deleite, uma guinada. Fui sagaz como topeira ao afirmar que o monte de concreto não faria a menor falta, me vangloriei do desapego às coisas materiais.
But, quem foi o idiota que declarou que ali só tinha o que era tangível e material?
Deve ter sido eu mesma. Sim, em algum segundo cada cômodo da casa passou a incomodar muito a minha pequena família e a demora na venda significava mais demora para eu criar asas e voar até a minha gaiola escolhida.
Então porque saudades?
Fui trabalhar e como profecia o número não saía da cabeça: 23 anos, 23 anos.
Pensei nas enormes permanências em minha vida: 11 anos no mesmo colégio, 23 anos na mesma casa, quase 6 anos em análise (com intervalos), 2 anos solteira, 5 anos magra, os mesmos melhores amigos há quase 10 anos.
Epa! Pára tudo.
Eureca! Os mesmos amigos há quase 10 anos, as pessoas. E tudo ali, naquela casa. De repente, o monte de concreto – com muro verde de grades azuis, piscina de azulejos no quintal, e fachada de tijolinhos vermelhos – ganhou vida, sentimentos, conversas, choros, sexo, brigas, festas e lembranças. Memórias do afeto de arrancar manga verde pra comer com sal, do namoro na varanda depois que todos dormiam, dos banhos de piscina com quem quisesse vir, das brincadeiras de casinha e escolinha nos corredores, dos churrascos, dos aniversários, dos almoços de domingo…de segunda…de terça…debaixo da mangueira.
Derramei o choro contido, de lágrimas escorridas na direção inversa devido a etiqueta profissional. Triste por precisar sair de perto dos que encheram aqueles espaços com vida.
Chorei por dormir uma pessoa e acordar outra. Uma suposta carta de alforria será assinada junto com a escritura. Dormir filha, acordar adulta. Trocar o pé de acerola, a pintagueira, o pé de morango, e o de maracujá, por…talvez um cacto no basculhante da cozinha. Não mais bate-papo com a vizinha no portão, não mais pular o muro do vizinho quando esquecer a chave, sem jornal de domingo na varanda da frente, com café-com-leite bem quentinho, ou nescau, ou banana amassada com aveia e mel. Sem barrashoping nas horas vagas.
Não está doendo, é só emoção. Despedida, chegada, velho, novo, tanto-muito. De ontem para hoje, acho que cresci uns três centímetros na escala do amadurecimento. E tá vindo mais por aí. Responsabilidade, juízo, controle de gastos, aprendizado, mudanças. Sonhos que se realizam. E tudo só porque não sinto saudades de um monte de concreto.

8 de fevereiro de 2008

Para o ano que começa

Para ter lábios atraentes, diga palavras doces
Para ter olhos bonitos, procure ver o lado bom das pessoas
Para ter boa postura, caminhe com a certeza de que nunca andará sozinha

Conselho de Diva...faz bem aceitar!

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