24 de novembro de 2008

Ausências...


Quem some tem a esperança de ser lembrado. O sumiço pode ser o sinal de que é preciso refazer as arestas da linha tênue entre o que se deseja e o que se concretiza. Ou também um desesperado grito de socorro. Pode ser a morte espiritual dos que ainda respiram, ou apenas a necessidade de concluir a monografia ou ajeitar as coisas da mudança da casa.

Sumir é a chance de pegar carona na boléia de um caminhão sem frase no pára-choque e aproveitar a viagem para limpar o coração. Quem desaparece aprende a conviver com a solidão de dormir e acordar apenas com a própria companhia e sentir a cama quente.

Romper contatos, desdenhar da saudade de outrem, não retornar ligações, nem responder mails. Tudo isso é parte do contrato que firmamos nessa viagem sem roteiro.

Do tempo que conjuga o pulsar sentimental das relações, certas amizades de tempos passados são apenas contatos no orkut. Talvez para lembrarmos do aniversário de quem brincou de amarelinha conosco e compartilhou histórias de amores platônicos anotados na agenda com caneta cor-de-rosa.

Certa vez, disseram que deveríamos viver não para que nossa presença fosse notada, mas para que a ausência fosse sentida. Mas notar a ausência não seria o mesmo que sentir saudades da presença?

Meninos que juraram o Eu te amo por vezes são os mesmos que não nos notam on-line no MSN, não lembram do aniversário e até esquecem que a caneta cor-de-rosa foi comprada para desenhar um coração em torno do nome deles.

Amigas que esconderam a fantasia de onça pintada debaixo vestido sexy da balada já não provocam mais os choros ou a coceira de pegar o telefone e dizer Oi.

Pessoas que nos fizeram sumir por proteção, ou talvez por medo, podem um dia ressurgir em silêncio, como um e-mail perdido na caixa de spam, ou uma visita no orkut. Não lembrei do nome, mas sabia que conhecia aquele sobrenome. E também o rosto.

É a curiosidade, ou a falta dela, que nos faz humanos. Que nos torna populares como novela das 20h ou detestáveis como os programas da Igreja Universal. O desejo de domar os dedos e o coração para ignorar ou buscar alguém tem origens na admiração até daquilo que se odeia, mas que jamais se esquece. Ausência ou presença personificam-se no google, num profile no orkut, ou no contato bloqueado no MSN. Porém, falta o doce da voz, a quentura do aperto de mãos, a humildade de um pedido de desculpas ou de um singelo Olá.

Pessoas deveriam ser o desejo da língua manchada de chiclete azul, o convite para um café no fim da tarde. Uma conversa despretensiosa. Deveriam ser o pôr-do-sol no Arpoador. Uma folha rasgada no diário, uma foto queimada na beira do mar. Amores e dissabores podem ser o que nos move para reparar a ausência ou enjoar da presença. E de repente, no comando do delete ou do enter elas voltam para nos tirar da tranqüilidade do sumiço.

...Perguntei-me porque alguns não e ela sim.

"E nas últimas duas semanas, busquei a presença de duas pessoas que preferiram a ausência. Me ausentei, por escolha própria, da vida de algumas, recebi algumas visitas inesperadas no orkut, senti saudades de quem estava sentado do meu lado. Tive minha ausência sentida e minha presença requerida. E, na tarde de hoje, me surpreendi com um nome piscando no meu orkut".

20 de novembro de 2008

Status Quo

...De Reforma

E de Mudança...


...Lá na casa nova, mas vou aproveitar o momento para reformar outras coisitas mais internas...

PS: Talvez, só talvez, eu suma um pouquinho!

11 de novembro de 2008

É Deus, parece que vai ser nós dois até o final

É para não deixar para amanhã que escrevo hoje. Porque amanhã pode estar tudo melhor e é melhor comemorar cada sorriso, porque depois você vai chorar de novo, aqueles choros que egoles por vergonha de que lhe vejam. Quando foi que você esqueceu como se samba, menina? Tu que eras tão bonita, agora coloca as roupas, mas não as veste. Não adianta a maquiagem. Não estás lá, nem aqui, não te encontro, muito menos acho. Ficou perdida em algum canto, se afundando em areia movediça. Não chora mais, mocinha. Vai passar. Prometo que vai passar.

Perceber aquilo que se tem de
bom no viver é um dom
Daqui não
Eu vivo a vida na ilusão
Entre o chão e os ares
Vou sonhando em outros ares, vou
Fingindo ser o que eu já sou
Fingindo ser o que já sou
Mesmo sem me libertar eu vou

É Deus, parece que vai ser nós dois até o final
Eu vou ver o jogo se realizar de um lugar seguro

De que vale ser daqui
De que vale ser daqui
Onde a vida é de sonhar?
Liberdade!

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