31 de julho de 2010

Decisões


Um dia decidimos deixar fluir...tentar até o final...pagar pra ver. E então passamos a crer que o melhor de nossas intenções é o bastante para garantir nosso lugar no céu.
Céu de terra,
de toque,
daquele corpo deitado ao seu lado, numa tarde qualquer de um domingo nublado, em que era final de mês e decidimos ver DVD's porque o dia 5 do mês ainda estava um pouco longe.
O melhor dos dois ali. Foi o que sempre pareceu ser.
E foi assim que se decidiram que fariam tudo certinho, como manda o figurino, que pensariam em todos para que ninguém se magoado...Que teriam calma...Um pouco de magia nunca faz mal a ninguém.
Segredos ao telefone, e quase se podia imaginar que estavam numa mesa de bar, ou rindo demais num churrasco na casa de seus melhores amigos. As melhores intenções estavam ali. Já disse isso, não foi? Estavam nele, nela.
Mas um dia...Ah, sempre um dia! Aqueles dias que amanhacem normais como todas os outros dias daqueles últimos meses amanheceram. Nada demais! Parecia...
Apenas uma conversa torta, talvez estressante pela impaciência dela, pelo cansaço dele.
Uma frase mal colocada, um ouvido estressado que deturpa o que escuta e a decisão.
Não. Não mais! 
Simples assim! Como dois e dois são quatro. Como o sol sempre se põe no oeste; la perto da Barra ou de Jacarepágua.
Assim...Como uma pretensão exata que se torna real pela racionalidade de seus defensores.
Mas nada é tão simples assim.
Desligar o DVD, colocar os gastos no cartão de crédito para aproveitar a noitada ou mudar de casa para evitar brigas com parentes. Fácil. Como dois e dois são quatro!
Mas o Não nunca é assim...tão, tão, fácil. Quase sempre necessário, como um pedido de socorro dos batimentos acelerados, mas que perde a forma por sua essência ambígua, por ser instrumento da raiva utilizada como artefato da razão.
Ambiguidade que se transforma em Talvez após os primeiros dias pós-ressaca. E rompe a casca do casulo para se transformar em Sim - ou em um Mais uma vez -, logo nos primeiros milésimos do segundo em que se ousou discar aquele número maldito, ou após o enter que envia o e-mail no fim de um outro domingo qualquer.
Do outro lado, risadas maldosas, disfarçadas de vitória, de alívio porque nada foi tão definitivo assim. Enquanto isso, na ponta mais fraca da corda, quem permite se sabotar pela auto-fraqueza do Não estará sempre a um passo de tornar-se bola de gude das apostas do inimigo.
Nunca mais é como deveria ter sido.
O charme da partida perdeu seu total encantamento quando. O retorno marcado pelo rabo entre as pernas chega com a ideia de que é saudade, de que é coragem, de que é paixão, ou de que é qualquer outra coisa além da incerteza do medo.
E de nada adiantaram as boas intenções.
Foi apenas uma decisão! Que deveria ter sido mantida até o fim.

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