30 de setembro de 2009

Trinta anos, Trinta e-mails

Sabe quando você lê algo e pensa: é tudo que penso, mas não escrevo? Pois é, com este post foi assim. Descobri pelo twitter, não me lembro como, e fiquei encantada com a simplicidade e objetividade do recado.
Como sou contra plágios, posto aqui o link oficial




Não passo uma semana sem receber pelo menos um e-mail com textos ou links de algum blog feminino. O assunto: homem, claro. A maioria das autoras está ali, na casa dos trinta e fazendo contas para o futuro. E como reclamam. É uma cantilena sem fim. Porém, como admirador incondicional das mulheres, especialmente das minhas companheiras de geração, sinto-me na obrigação de tentar ajudar, afinal, toda mulher merece ser feliz. Então, para você, minha amiga indignada, aí vai o meu toque. É numa boa mesmo, prometo que não estou querendo te levar para a cama.

É verdade, suas chances estão diminuindo e o tempo está realmente passando.

Mas você está sozinha por opção. Não tem ninguém porque não quer. A culpa é sua. Não totalmente, mas a maior parcela é sua.

Você começou a diminuir suas possibilidades no dia que acreditou em um dos maiores mitos da história da humanidade: a mulher independente. E como não foi o homem que inventou esta bobagem, isto já elimina boa parte da nossa responsabilidade.

Você acreditou e continua insistindo nessa baboseira. Teoria mais furada que o feminismo, só o comunismo.

Você não é independente nem nunca vai ser. Principalmente, porque o seu conceito de independência está completamente distorcido.

Ser independente não é só pagar as próprias despesas. Isto deve ser meta de vida de todo mundo.

Independência também não é fazer somente o que se tem vontade. Isto é egoísmo. Muito menos é transar com quem dá na telha e sair espalhando pra posar de liberada. Isto é vaidade, carência de atenção. Pior ainda é fazer para aparecer e depois engolir o arrependimento com angu, sozinha no quarto. Isto é hipocrisia.

Você não é resolvida porque trata homem “de igual pra igual”. Nem é moderna porque rebate tudo na mesma moeda. Responder grosseria com grosseria é falta de educação, o que não é legal em ninguém mas, com certeza, na mulher é muito mais feio.

Vingar traição com traição também não é sinal de autonomia e sim de pobreza de espírito.

Sair para balada porque o namorado te trocou para jogar bola ou poker não é coisa de mulher, e sim de adolescente.

Cada vez que você tenta “dar o troco”, só confirma sua subordinação ao homem. Quando você se exalta, xinga e despreza, na verdade está dizendo “por favor, não me deixe sozinha de novo que eu não dou conta. Eu não me aguento.”

Quando esconde sua fragilidade por baixo de insultos e rispidez, só prova o quanto ela é grande. E ao usar a mesma fragilidade para fazer drama e pedir arrego, apenas confirma o que o homem já sabia: além de grossa, é fraca, manipuladora e previsível. Quando você berra, todo homem sabe que depois vem choradeira. E este expediente, além de infantil, é muito chato. Dá preguiça.

Quando você, mulher “moderna”, faz piada da sua amiga que sonhou e conseguiu ser dona de casa, saiba que ela está muito mais feliz do que você. E se é do tipo que se recusa a ser Amélia achando que é isso que todo cara quer, então você não sabe nada sobre homens.

(E de mais a mais, para o mundo é melhor uma Amélia feliz do que uma “liberada” pé- no-saco.)

Quer ser independente? Admita a necessidade de ter um homem. Homem não tem vergonha de escancarar que precisa de mulher.

Se você é daquelas que repete a toda hora que não precisa de ninguém para ser feliz, você não só precisa, como seu caso é grave. É urgente. A Madonna não vive sem macho, a Angelina também não, Jennifer Aniston idem. E para elas não falta estabilidade financeira e atenção, mesmo assim todas reconhecem a necessidade de companhia. Portanto, baixe sua bola.

E não é porque, para elas, os homens do leque de opções são perfeitos. Pois fique sabendo que o George Clooney esquece datas de aniversário e faz xixi na beirada da privada. O Johnny Deep coça o saco, grita quando a mina dele enche a paciência e tem coragem de pegar a Samambaia ou a Priscila do BBB, só depende da ocasião. Se você fosse tão esperta quando acredita, já teria percebido que nem todo homem é sapo, mas nenhum é príncipe.

De fato, tem muito vagabundo por aí. Mas são tão previsíveis que se você, a esta altura do campeonato, ainda consegue cair nessas pegadinhas, a culpa é, de novo, inteiramente sua. Ninguém põe um revólver na sua cabeça e te obriga a fazer besteira.

Ou se tem certeza que “homem é tudo igual”, escolha logo um e pare de resmungar e se enganar.

Nickzinhos do Fernando Pessoa no MSN não vão trazer “borboletas para o seu jardim.” Não acredite em poetas. O poeta tem certeza que o texto dele é bom, ele só mostra para a mulher quando quer sexo. São bêbados, mentirosos, infiéis, vestem-se mal e vivem com olheiras. A frase “beleza é fundamental” certamente foi inventada para justificar uma traição.

Quer ser independente? Assuma suas vontades, riscos e segure a bronca sem chororô. Se o seu tesão é por um abdome sarado, fique com ele, mas depois não espere que o tanquinho se transforme em massa cinzenta. Ou boa sorte quando for tentar mudar à força.

Malhe para ter o corpo que você deseja e não o que está na moda. Saiba que os mls do seu silicone só fazem diferença nos primeiros cincos minutos, mas é quando você abre a boca que o cara decide o que quer com você. Homem é prático, se liga no resultado, e quem determina isso é o caráter e a personalidade da mulher.

Fique com o cara que você quer e não com o que todas querem. Independência é dizer “sim” quanto se tem vontade. Ficar adiando por frescura é correr o risco de perder oportunidades e só demonstra imaturidade. Diga “não” se for o caso, mas seja educada, porque o sujeito pode não ser o seu tipo, mas o amigo dele talvez seja. E o rejeitado não vai economizar palavras nem para te elogiar, nem para falar mal.

Vista-se para você mesmo e não para competir com as outras. Homem não vê graça nenhuma num bando de bonecas padronizadas (a não ser que estejam peladas). Depois não reclame quando o seu desejado preferir a “baranga”.

Ao invés de ralar para ter o peito ideal, procure ter a mente ideal. Tire um pouco a bunda do banco de supino e ponha no divã do analista. Antes de partir para o próximo errado, vá descobrir porque você dispensou os bons.

Reconheça suas inseguranças, trabalhe-as, entenda. Não há mal nenhum nisso. Não é motivo de vergonha. Pare de negar suas fraquezas tentando se equiparar ao homem. Você não vai conseguir e ainda vai trazer problemas para quem estiver do seu lado.

Desencane dos seus trinta anos. Há muita vida pela frente. Se você aproveitou todo esse tempo para acumular traumas ao invés de aprendizado, a culpa não é da idade. A situação ficará pior com quarenta, cinquenta e por aí vai, se você continuar achando que vai encontrar o homem perfeito. Você estará mais solteira, mais chata e menos bonita. A hora é agora. Procure ser o melhor que você pode, não espere dos outros. Isto sim é independência. Se demorar para entender, quando se der conta, vai sofrer pela beleza que perdeu. E velhice não tem solução, só disfarce.

De uma vez por todas: você é mulher. Frágil, sensível, sonhadora, indecisa e insegura. Nenhum cara inteligente espera nada diferente. Mas no momento que tenta ser outra coisa, você deixa de ser um delicioso mistério e se transforma em um problema chato e sem solução.

E se leu até aqui e só chegou à conclusão de que eu sou um revoltado que não pega ninguém, então você somente confirmou tudo que eu acabei de dizer sobre você.

Uma pena. Eu estou só te dando uma força. Quero apenas te ver feliz. E evitar que minha caixa de entrada se entupa com mais porcaria. (Neizz)

22 de setembro de 2009

Vergonha na cara

Quanto mais se tem de si, 
menos se quer dos outros.

(Arthur Schopenhauer)




Uma das maiores críticas que sempre me fizeram é que nunca tive vergonha na cara. Chateada, defendia-me dizendo que não tinha muita capacidade de odiar, por isso conseguia esquecer com facilidade o que me faziam. E assim, as relações se seguiam (Será?). No entanto, ao abandonar o sentimento de ofensa, me dei conta de que o verdadeiro valor da vergonha na cara não está na discussão ou na imposição de ideias. Nem mesmo tem relação com não saber perdoar ou guardar raiva, mágoa e ódio dentro de si. Trata-se de ter elegância no comportamento e se olhar com respeito e com carinho.
Quem sabe perceber quando sobra, quando não é mais desejado, rebaixado nas entrelinhas, ou quando está servindo de bode expiatório da baixa-estima do outro, e consegue se retirar sem precisar guerrear, deveria ser coroado rei. Como dizem por ai, o silêncio é de ouro e, em minha opinião, as palavras, muitas vezes, nada mais são do que suor desperdiçado.
Nunca gostei de suar e por muito tempo tive a ideia errada de que meu coração era como uma favela, sempre cabia um desabrigado. Não, não cabe. De uns tempos para cá, só tem morada em mim quem faz por merecer este abrigo. Não precisa pagar aluguel, mas é obrigatório colaborar para manter o ambiente limpo e bem cuidado. Em curtas palavras: Mantenha o respeito!
E assim que determinei sem abrir a boca, sem escrever nos murais online da vida e sem precisar me perguntar era correto ou não: posso amar quem eu quiser, mas só demonstro para quem corresponde. No mais, recuo-me e direciono a importância para outra opção ou alguém que mereça. E isso vale para quem vier.
Ainda de uns tempos pra cá, descobri que a vergonha na cara é a eterna luta da real percepção com a coragem. É preciso não se colocar vítima do mundo para não cair nas armadilhas do ego ferido, que crê que todos têm que estar a seu favor - Não se trata disso. E ao mesmo tempo, é preciso uma dose imensa de solitude. De se bancar sozinha. Vai lá que no final das contas seja real o fato de que todas as raízes das árvores do sue jardim precisam ser cortadas?
Não aprendi a ser cangaceira, nem lidar com facão ou serra elétrica e não gosto da agressão do corte. Apenas estou aprendendo a trancar a porta do meu latifúndio e não contar para ninguém onde esta a chave reserva. Quem decide minhas visitas sou eu. Do outro lado, mudei a forma de alimentar a terra. Quando as ervas daninhas não têm o que destruir morrem de inaninação.
Nosso tempo e nossas palavras são preciosas demais para oferecermos a quem não saberá compreendê-las ou escutá-las. E diálogos construtivos são aqueles que não deixam espaço para a autodefesa, para o ataque ou para a sobreposição do certo sobre o errado. Da minha opinião sobre a de ninguém ou a de outrem sobre a minha.
Minha carência seletiva tem se resumido a praticar a máxima de que eu sou minha melhor amiga e companhia.
Para quem olha de fora, parece simplesmente uma brisa suave, ou no máximo, um dia de mau humor. Para quem vive a experiência, sabe que quando a força da mudança se torna impaciente, é preciso ceder e refazer. Já quase não lembro dos que saíram, apenas dos que deixei ficar. Não lembro de ter mandado cartão de despedidas ou ter acenado até breve para ninguém, não recordo de nenhum bate-boca ou mail malcriado. Só recordo de um "Basta".
Se a crítica da falta de vergonha na cara algum dia vai se transformar em elogio, não sei. A busca não é esta. muito menos o caminho. Não há necessidade de aval ou clap, clapt. O que importa mesmo é a sensação de que o nhém-nhém-nhém saiu do cenário, que a energia está se restabelecendo e de que essa é uma decisão sem volta.

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