24 de dezembro de 2008

Quero ser Papai Noel


Para me vestir de vermelho o ano inteiro e estar sempre na moda. Para estar gorda, velha, com os cabelos brancos e ainda assim ser desejada. Ah, sim, quero ser Papai Noel para sentir a expectativa de um ano inteiro resumida em um mês e em um dia. Quero ter olhos com sobrancelhas e cílios brancos para enxergar o desejo e a felicidade nos olhos de sonhos de uma criança. E alimentar na vida dela algum sentimento bom que faça os pais dela também me desejarem por alguns minutos, mesmo que seja apenas pelo tempo da foto sair perfeita.


Quero que a minha presença enfeite os shoppings, as ruas e as casas dos outros. Que meus bonecos em miniatura adornem a mesa, ao lado da travessa de rabanada. Quero ser Papai Noel para ser lembrado como alguém que tem som de uma bela e big risada. Um sorriso largo e fácil, que todos gostem de imitar. Quero ser um leve pretexto para movimentar um mês inteiro na economia de um país ou de uma cidade. Para que outros homens vistam-se como eu e ajudem a alegrar um pouco a vida das pessoas.


Quero querer ver os presentes que as crianças acreditam ter sido eu que lhes trouxe. Quero um pedido na cartinha, e realizar este pedido como se fosse a única coisa que pudesse fazer na vida.


Papai Noel mora lá no Pólo Norte e só vem para os trópicos super quentes da zona norte do Rio de Janeiro em dezembro. Mas durante todo ano parece que esperamos por ele, como quem espera um motivo vermelho para ligar para um amigo distante, trocar abraços e beijos no amigo-oculto da firma, ganhar uma cesta básica do chefe. Santa Claus é visita cativa nos lares de muita gente, onde todos o recebem com enorme felicidade, com a porta, a janela e a chaminé sempre abertas. Tem coisas melhor que mil lares para entrar e ser bem-vindo?

Quero ser Papai Noel em nome de mim mesma e dos que amo, para realizar os desejos mais íntimos, aqueles que apenas o sonho e aquela palavrinha "felicidade" podem tornar reais. Quero servir como lembrete de que o ano está acabando, e isso pode ser pretexto para recomeçar, para ter a certeza de quem sempre há como fazer melhor, sempre há como resolver, e que sonhar não é delírio, é direito adquirido. A magia do natal não está na quantidade de presentes e lantejoulas que enfeitam a árvore. A magia está na própria força da palavra, MÁGICA, transformar cada levantar e deitar em algo extremamente prazeroso, pois foi mais um dia em que estivemos vivos.


E viver é melhor que sonhar, pois só quem vive toma banho de mar, beija os amigos, dorme com os amores, almoça com a família, trabalha para ser um ser humano melhor, sente o cheiro das flores, a leveza da brisa do vento que sacode os cabelos.


Só quem vive lê um livro e viaja sem sair do lugar, ouve uma música e dança sem mexer o corpo, ri do que não tem graça, chora pelo que dói e pelo o que emociona. Só quem vive pode ser presente, pode dar presente, pode estar presente. Só quem quer ser Papai Noel tem um saco enorme carregado das delícias mais gostosas da vida e não das contas para pagar, ou dos estresses do cotidiano.


Isso a gente deixa para o mundo dos adultos, porque ser Papai Noel é nunca envelhecer, enquanto houver no mundo uma criança. E é assim que eu quero ser.

19 de dezembro de 2008

Dois anos e 8 meses depois...


Como é que

se beija sem

aparelho?


(A mocinha aqui precisa (re) aprender, porque agora os dentinhos estão livres dos ferros)

16 de dezembro de 2008

5 de dezembro de 2008

Daquilo que é novo

Da casa nova

Há beleza por aqui...

...E há muito estranhamento também

Da nova função

...Mudei de emprego sem sair do lugar

Agora, sou repórter de mercado financeiro...


  • O quarto é cor de coral
  • A imunidade está super baixa
  • Estou sem internet ainda
  • E surtando no meio de tantos números
  • A calculadora virou minha nova melhor amiga
  • O namorado é o dólar e o amante é o euro
Ps: Mil textos mentais deletados por preguiça de digitar

24 de novembro de 2008

Ausências...


Quem some tem a esperança de ser lembrado. O sumiço pode ser o sinal de que é preciso refazer as arestas da linha tênue entre o que se deseja e o que se concretiza. Ou também um desesperado grito de socorro. Pode ser a morte espiritual dos que ainda respiram, ou apenas a necessidade de concluir a monografia ou ajeitar as coisas da mudança da casa.

Sumir é a chance de pegar carona na boléia de um caminhão sem frase no pára-choque e aproveitar a viagem para limpar o coração. Quem desaparece aprende a conviver com a solidão de dormir e acordar apenas com a própria companhia e sentir a cama quente.

Romper contatos, desdenhar da saudade de outrem, não retornar ligações, nem responder mails. Tudo isso é parte do contrato que firmamos nessa viagem sem roteiro.

Do tempo que conjuga o pulsar sentimental das relações, certas amizades de tempos passados são apenas contatos no orkut. Talvez para lembrarmos do aniversário de quem brincou de amarelinha conosco e compartilhou histórias de amores platônicos anotados na agenda com caneta cor-de-rosa.

Certa vez, disseram que deveríamos viver não para que nossa presença fosse notada, mas para que a ausência fosse sentida. Mas notar a ausência não seria o mesmo que sentir saudades da presença?

Meninos que juraram o Eu te amo por vezes são os mesmos que não nos notam on-line no MSN, não lembram do aniversário e até esquecem que a caneta cor-de-rosa foi comprada para desenhar um coração em torno do nome deles.

Amigas que esconderam a fantasia de onça pintada debaixo vestido sexy da balada já não provocam mais os choros ou a coceira de pegar o telefone e dizer Oi.

Pessoas que nos fizeram sumir por proteção, ou talvez por medo, podem um dia ressurgir em silêncio, como um e-mail perdido na caixa de spam, ou uma visita no orkut. Não lembrei do nome, mas sabia que conhecia aquele sobrenome. E também o rosto.

É a curiosidade, ou a falta dela, que nos faz humanos. Que nos torna populares como novela das 20h ou detestáveis como os programas da Igreja Universal. O desejo de domar os dedos e o coração para ignorar ou buscar alguém tem origens na admiração até daquilo que se odeia, mas que jamais se esquece. Ausência ou presença personificam-se no google, num profile no orkut, ou no contato bloqueado no MSN. Porém, falta o doce da voz, a quentura do aperto de mãos, a humildade de um pedido de desculpas ou de um singelo Olá.

Pessoas deveriam ser o desejo da língua manchada de chiclete azul, o convite para um café no fim da tarde. Uma conversa despretensiosa. Deveriam ser o pôr-do-sol no Arpoador. Uma folha rasgada no diário, uma foto queimada na beira do mar. Amores e dissabores podem ser o que nos move para reparar a ausência ou enjoar da presença. E de repente, no comando do delete ou do enter elas voltam para nos tirar da tranqüilidade do sumiço.

...Perguntei-me porque alguns não e ela sim.

"E nas últimas duas semanas, busquei a presença de duas pessoas que preferiram a ausência. Me ausentei, por escolha própria, da vida de algumas, recebi algumas visitas inesperadas no orkut, senti saudades de quem estava sentado do meu lado. Tive minha ausência sentida e minha presença requerida. E, na tarde de hoje, me surpreendi com um nome piscando no meu orkut".

20 de novembro de 2008

Status Quo

...De Reforma

E de Mudança...


...Lá na casa nova, mas vou aproveitar o momento para reformar outras coisitas mais internas...

PS: Talvez, só talvez, eu suma um pouquinho!

11 de novembro de 2008

É Deus, parece que vai ser nós dois até o final

É para não deixar para amanhã que escrevo hoje. Porque amanhã pode estar tudo melhor e é melhor comemorar cada sorriso, porque depois você vai chorar de novo, aqueles choros que egoles por vergonha de que lhe vejam. Quando foi que você esqueceu como se samba, menina? Tu que eras tão bonita, agora coloca as roupas, mas não as veste. Não adianta a maquiagem. Não estás lá, nem aqui, não te encontro, muito menos acho. Ficou perdida em algum canto, se afundando em areia movediça. Não chora mais, mocinha. Vai passar. Prometo que vai passar.

Perceber aquilo que se tem de
bom no viver é um dom
Daqui não
Eu vivo a vida na ilusão
Entre o chão e os ares
Vou sonhando em outros ares, vou
Fingindo ser o que eu já sou
Fingindo ser o que já sou
Mesmo sem me libertar eu vou

É Deus, parece que vai ser nós dois até o final
Eu vou ver o jogo se realizar de um lugar seguro

De que vale ser daqui
De que vale ser daqui
Onde a vida é de sonhar?
Liberdade!

29 de outubro de 2008

Lição

Uma amiga, certa vez, me contou:

Sabe qual o segredo das pessoas felizes?

É que elas esquecem

20 de outubro de 2008

Sweet 26







Desejo que você, sendo jovem, não amadureça depressa demais, e que sendo maduro, não insista em rejuvenescer. E que sendo velho, não se dedique ao desespero. Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e é preciso deixar que eles escorram por entre nós.

(Victor Hugo)





Parabéns para mim, porque esta data é muito querida, mereço muita felicidade e muitos anos de vida.

14 de outubro de 2008

Desfocar

Se quiser falar seu nome, falarei das coisas minhas, das conquistas, dos projetos de trabalho, da programação das férias. Se quiser pensar, colocarei em meus pensamentos as poesias dos amores vindouros, as músicas que embalam o sono no caminho da ida e da volta para o trabalho, as histórias de Capitu. Quando quiser lhe contar quem sou e quiser que aprendas a me conhecer para aprenderes a ver sem a alma das pessoas grandes, ei de lembrar do carinho daqueles que freqüentam aqui e acolá, dos que escolheram pelo coração me dar um Bom Dia, ou um simples Oi, dos que se dizem e se provam amigos. É na existência deles que encontro chão e alimento. Não contarei mais saudades do nem sei o quê, nem a frustração da perda, do pedaço do corpo que falta, dos pesadelos no começo da manhã, pois a insatisfação não vem de ti, vem de mim, do excesso de foco em imagens inebriantes e difusas, do excesso da insistência no caminho perdido de Atlanta. Se por dentro lhe desejares, por fora explodirei sorrisos em vez de lamentações. Se ao passar pelo posto de gasolina da rodoviária e lembrar do lugar onde se escondes pela manhã, entenderei que onde estou é exatamente onde quero estar. E que se quiser voar é só fechar os olhos e falar com Deus. E o silêncio que denuncia a não opção de vir comigo pouco importa. Ainda sei como morrer no mar, sem precisar deixar de respirar. Ainda sei fechar os olhos e tocar a lua sem precisar de apoio. Aliás, aprendi bem antes de chegares. Do tempo que esperei, das falhas que cometi, da incongruência entre o que queria e o que tenho, da certeza interna dos nãos que me digo, acordei com tapas na cara e aprendi a ficar calada para escutar o que vem de dentro. Mesmo com o joelho ralado e o rosto quase inchado, escolho pela lucidez de perceber que foi apenas um tombo no meio do caminho. Não quebrei o corpo inteiro, não perdi o que não tive e mantive o andor do santo de barro intacto para as próximas grandes esperanças. (E elas virão!). Se antes era tudo muito colorido e agora parece negro é apenas uma questão de buscar o rosa, o amarelo e o azul nas novas atitudes dos tons de cinza.

...E como diria minha querida Maude
Isso também passará

12 de outubro de 2008


Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente.
A gente muda o mundo na mudança da mente.
E quando a mente muda a gente anda pra frente.
E quando a gente manda ninguém manda na gente.
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença
sem cura. Na mudança de postura a gente fica mais seguro,
na mudança do presente a gente molda o futuro!

Até quando você vai levando?

9 de outubro de 2008

...Era uma vez

O menor conto de fadas do mundo...


...Era uma vez uma bela moça que pediu um garoto em casamento:

- Você quer se casar comigo?

Ele respondeu: - NÃO!

E a moça viveu feliz para sempre, não teve filhos, viajou, conheceu
muitas outros garotos, fez plásticas, não lavou louça nem fez
jantar, visitou muitos lugares, sempre estava sorrindo e de ótimo
humor, nunca lhe faltava pretendentes, ia e voltava a hora que
queria, saia pra jantar com as amigas sempre que estava com vontade
e ninguém mandava nela.

O garoto ficou velho, careca, ranzinza, barrigudo, engordou, broxou

... e ficou sozinho.

FIM

29 de setembro de 2008

Day After

Errar, equivocar-se, enganar-se...tudo isso é humano. Essencialmente humano.
E é inclusive perdoável. Mas, às vezes, só às vezes, um pedido de DESCULPA
já ameniza (e muito) o peso da pedra que tacamos nos outros (mesmo quando é sem querer).

Por que é tão fácil errar e tão díficil pedir desculpas?

21 de setembro de 2008

Pelos dias antes da primavera

(...)
Não penso em me vingar
Não sou assim
A tua insegurança era por mim
Não basta o compromisso
Vale mais o coração.
Ninguém sabia e ninguém viu
Que eu estava a teu lado então


(...)
O que fazes por sonhar
É o mundo que virá pra ti e para mim

(Obrigada, pessoa grande! Por tudo)

15 de setembro de 2008

13 de setembro de 2008

Se todos fossem iguais a você

...Que chatice seria viver


Se todos fossem como eu, ou como tu, o que seria de nós? Que aprendizado existe se ao olhar no espelho dos olhos dos outros só projetamos o que construímos de nós? Gostos, hábitos, frustrações, manias…todo este panteão é o que nos faz incompletos, para que o completo não tome o espaço que a mutação do novo provoca. Permitir-se sair do nosso império particular e visitar o palácio de cristal de quem nos convidou para dançar é como viajar por nuvens cor de terra, cor de chão forte e sólido. Porque que só os céus azuis podem ser bonitos?
A gente limpa os armários, muda os móveis de lugar, joga fora as agendas da adolescência, as fotos do ex-namorado, mas quando a paixão invade nosso quintal sem pedir licença nos assustamos com o assalto, trancamos as portas, ou tratamos o visitante com hostilidade. A placa na porta de entrada tem o mesmo cruel e velho texto: "Eu nasci assim, eu cresci assim. Eu sou assim".
Nasceu? Cresceu? É?
Doe as roupas e os sapatos que não lhe servem, mas guarde no falso poder da auto-afirmação e do orgulho toda sua insegurança de ser desarmado, apenas pelo receio de macular a própria essência. Medo? Só porque como morangos com açúcar, enquanto preferes uva verde somos incompatíveis? Os pomares bem cuidados rendem ótimas saladas de frutas.
Se gosto do verde e você do azul, juntos podemos descobrir a beleza do amarelo. Ou ficar com as três cores…Ou brincar com todo arco-íris…Se sei que meu azul é minha verdade, jamais terei medo do seu verde. Se vivo o que acredito, perco o medo da suposta ameaça do novo. Não importa o poder que isso tenha. Se já lhe conheço, se conheço esta história, abro mão do colar de pérolas que as filhas da Lua fizeram para me presentear. Nosso castelo só perde a base se for construído em areia.
É apenas a questão de estar disposto, e largar a convicção do oposto. Sem bulas pré-digitadas ou manuais de instruções, sem anular o que se ama, mas com a porta sempre aberta, porque estou levando flores frescas para enfeitar a janela do seu quarto. Elas foram colhidas no campo perto da sua casa, perto do altar onde esqueci meus brincos cor de prata.
Não pergunte antes o que sou, não sei baseie apenas nas fotos, não queira tanto as opiniões, nem mesmo a minha. Não desvende, deixa ser mistério, incompreensão. Me dê a mão e vamos dançar, tomar banho de mar ou passear. Juntos enfeitamos o caminho.

17 de agosto de 2008

Foi culpa da Lua


Do vinho, da conversa maravilhosa e da noite exclusiva.
Dona Moon e sua filhas me deram um ótimo presente.
E é só meu.

1 de agosto de 2008

O que
você

quer ser
quando
crescer?


O que
você
é?

25 de julho de 2008

Mulher Zinha

Já sujei a roupa por causa de menstruação, e já chorei na frente de muita gente por causa de paixonites. Disse NÃO por puro orgulho, e SIM por carência. Tive amigas falsas, e já cantei quando devia gemer. Já agradeci aos céus por decepções amorosas porque sabia que ia emagrecer. Tive queimaduras por causa de escova progressiva, mas voltei a fazer. Disse que odiava quem amava e sempre me imagino encalhada e caquética aos 35 anos. Quero ser mãe, mas acho que não quero engravidar.

Nunca tive dúvidas sobre profissão, e se voltasse no tempo faria a mesma faculdade. Já disse que Deus não existia. Já tive provas de que Ele existia. Já me achei menor do que muita gente, já me achei mais especial do que outras também. Demorei algum tempo para perceber que diferenças apenas acrescentam. Sinto a energia das pessoas e é isso que determina se meu coração conseguirá amá-las ou não. Amo muita gente com quem tenho pouco contato. E não tenho carinho algum por algumas com quem convivo quase todos os dias. Passei quase todo o ano de 2006 chorando, mas saí linda, bela e sorridente em todas as fotos.

Reclamo, reclamo, mas sei que não sou vítima de nada. A reclamação é só birra de menina mimada. Passa em minutos. Gosto menos de mim cada vez que jogo lixo na rua ou deixo a raiva e o medo me dominarem. Todos os dias tento controlar meus instintos e adoro quando consigo. Não acredito que não precisamos de ninguém para ser feliz. Nascemos para viver em sociedade e são estas relações que nos moldam. Descobri que não era qualquer coisa um mês antes de completar 18 anos. E não há um dia sequer que não agradeça ao universo por viver.

Choro sozinha no quarto. Sinto saudades ouvindo música. Aprendo a gostar de músicas por carinho à algumas pessoas. Comi meleca quando era criança. Fiquei com todos os meninos da rua quando era criança. Chupei chupeta e mamei mamadeira até os 12 anos. Tenho cólicas terríveis todo mês, mas já fui dançar a noite inteira numa boate mesmo assim. Esqueço da TPM quando estou me divertindo.

Já tive um grande amor. Quero ter vários outros, mesmo que sejam sempre os mesmos. Acredito nos meus sonhos, mas tenho sonhos simples. Se ganhasse na mega-sena ia construir uma vila enorme e colocar todas as minhas tias e primos morando lá. Quero morar sozinha, mas não gosto de dirigir. Quero casar na praia e ser entrevistada pelo Jô. Divido um segredo de família com a minha mãe. Não ligo muito para animais, mas não maltrato.

Gosto de gente, de sentir, de viver com pessoas, de acrescentar e ser acrescentada por elas. Já tive uns 6 diários que nunca passaram da vigésima página. Já "amei" mais de três carinhas em menos de 6 meses. Já achei que não podia viver sem uma pessoa, mas até hoje desejo aprender a viver com ela. Observo pessoas para me servirem como exemplo daquilo que quero e do que não quero. Não tenho todas as respostas, e sei que no dia que tiver estarei morta. Não tenho medo da morte. Acho lindo gente que sabe viver. Acho mais lindo ainda gente que morre com dignidade.

Tem músicas que AMO e não conto para ninguém por puro ciúme. Já roubei beijos. Já chamei para dançar. Já me entreguei sem raciocinar, já fui sacaneada. Já peguei carona com estranhos. Não fico com caras comprometidos. Já corri muitos riscos, mas não tive medo. Já fiz testes de gravidez, já tomei pílula do dia seguinte. Já achei barata e camisinha usada em quarto de motel. Não consigo guardar raiva de nada nem de ninguém. Qualquer prazer me diverte. Qualquer sorriso barato me desmonta. Qualquer pedido de desculpas me leva de volta. Sinto saudades do Diego até hoje.

Cafuné me dá sono. Amo. Sinto cócegas nos pés. Só me banho na água quente. Adoro me despentear. Ando dentro de casa sempre largada. Amo sambar. Preciso ouvir Chico Buarque todos os dias (Dependência crônica). Sempre leio a última página do livro, do jornal e da revista antes de começar a ler de verdade. Acho que Hulk é um filme filosófico (E posso provar isso). Gosto de homens feios (É fato). Já briguei horrores com meus pais, já quebrei os brinquedos dos meus sobrinhos por pura raiva. Faxino meu orkut, mail, MSN, e media player de tempos em tempos. Acredito em reencarnação.

Acho que honestidade é obrigação e não virtude. Não gosto de ser má porque me sinto culpada depois. Tenho um sexto sentido e uma intuição de dar medo em muita gente. Desde o colégio escrevo cartas de amor para minhas amigas darem aos namorados. Eu daria para o Chico Buarque. Eu acho o Chico Dias um cara mega sexy. Quero "parir" um Francisco. Já chorei tanto em cinema ao ponto das minhas companhias sentirem vergonha (rs...). Paguei muitos micos. Julguei, fui julgada, já mandei ir tomar no OLHO DO CÚ e não me arrependo. Tenho umas fantasias sexuais mega putanas. Conheço meu corpo extremamente bem. Meu grande sonho é ser figurante em novela mexicana e de preferência morar no México para sempre. Sou latina de alma, Europa nunca me chamou atenção. Na próxima encarnação nascerei negra de verdade.

Adoro meditar, já atingi o nirvana algumas vezes e garanto que é melhor que qualquer maconha. Já fumei maconha também, e tive porres estratosféricos. Passei semanas sonhando em espanhol quando voltei da Argentina. Já tive mail íntimo meu espalhado por toda faculdade por uma menina que era louca pelo meu namorado. Já fui muito mal falada. E nunca discuti com ninguém por isso. Toda vez que me estressava demais cortava o cabelo. Já deixei de ter uma suposta ótima noite porque estava com uma lingerie terrível. Já me preparei toda e nada aconteceu.

Já amei demais. Já fui amada demais. Minha relíquia são meus amigos. Não dependo de laços de sangue para amar. Não acredito em gente 100% legal, nem 100% nada. Fico amiga de quase todos os caras com que já fiquei. Sorrio para mim mesma quando me olho no espelho. I touch myself. Tenho uma gargalhada retardada. Me amar foi uma das minhas grandes conquistas. Sou meio Joselita. Gosto de selvageria e força, quem gosta de delicadeza é Sandy. Tomava banho com as minhas amigas quando era adolescente, só andava de calcinha dentro de casa. E até hoje adoro dormir sem roupa. Falo mais que locutor esportivo (É sério).

Amo chocolate, mas detesto hidratar o cabelo em casa. Acho que depilação é a dor da morte, mas o resultado compensa. Acho "Eu te amo" a coisa mais preciosa para se dizer para alguém. E acho o fim da picada mulher que dorme com qualquer cara e depois reclama quando é desvalorizada. Tento, todos os dias, não fazer com outros (Nem comigo mesma) o que não quero que façam comigo. Se vai dar certo? Não sei. Mas a minha parte no contrato de viver eu cumpro.

19 de julho de 2008

Top 5 - Fuck Music

Quando os textos mentais somem em questão de 10 minutos, quando a tela inicial do blog não te diz nada, quando ler o blog dos outros não te inspira, quando se quer que ninguém saiba nada, quando simplesmente não se tem o que escrever....nada melhor do que um Desafio de Blogueiros para atualizar o blog. Este eu nem sei se a Moni me passou, mas em homenagem ao finado Amara Est Veritas vou fazer.


Under Preassure - Queen.
Ah, não precisa comentar, né? A música é boa e pronto. E adoro a "jingadinha" que tem no meio das batidas



Hotel California - Eagles

Eu só gostava de dançar Zouk com esta música. Certa vez, até me perguntaram se estava excitada(Tsc...tsc). Então, esta é para quem consegue ter a paciência de fazer uma noite bem calma, porque a canção é lentinhaaaaa. Boa para um strip ou para as preliminares.



El Tango de Roxanne - Ewan Mcgregor
Porque Tango é a dança mais sexy do planeta. Roxanne é uma das músicas que mais gosto no The Police, então nada melhor do que unir as duas. Ah, claro, mas não é simplesmente por gostar da música. Sente a batida. Ai sim dá para entender melhor as razões da escolha



The Especialist - Interpol
De tanto ouvir os indies cariocas (?) falarem do Interpol decidi baixar umas músicas para conhecer. Me encantei com esta. Gostei mais ainda dos meninos do grupo serem lindos e super bem vestidos com terno impecável. Sim, tenho uma fraqueza e tanto para homens com terno.

Agora a TOP - TOP



Every me, Every you - Placebo
Baixei esta música por causa de um cara. Até hoje deliro toda vez que escuto. Só não sei se combina com namoros. Acho que não. Presta atenção na letra.

Ah, óbvio que tem um montão de músicas que ficaram de fora. Esta seleção tem mais relação com meu momento atual, e com NOITES de sexo e amor, amor e sexo...e outras coisitas mais. Durante o DIA a trilha muda (ou Não?). Mas isso não interessa aqui.

6 de julho de 2008

Vida de Pobre

Amigos,

Como vocês sabem, adoro Christian Pior. Na verdade, trata-se de uma paixão antiga... Eu adorava o Caco Antibes e transferi tal devoção. Aqui na redação, já sou conhecido junto com outros dois colegas como o representante da elite. A minha diferença é que eu tenho um viés social: ainda gosto de programas e políticos sociais, tenho uma preocupação que os mais carentes tenham acesso a serviços públicos de qualidade, melhorem sua renda, etc. (Não me confundir com o falso discurso tucano.
Numa dessas, hoje uma amiga comentou que ficou numa praia de ricos mas numa casa com beliche. Beliche... Pediu pra ouvir, né?! Antes que eu falasse qualquer coisa, o chefe mandou: "Como é que você fala isso na frente do Bruno, o espírito da elite?!". Risos geral. Adorei. Eu sendo reconhecido pela sofisticação, ainda que com um salário de subsistência.
Daí me informaram que existe um MBA na Faap de Gestão do Luxo. Pra quem não sabe, Faap é a faculdade das patricinhas, riquinhos e demais membros da elite paulistana. O curso parece ser tuuuuuuuuuuuudo de bom. São dois anos de estudo, percorrendo a história de marcas como Thifany, Cartier, Dior, etc etc... Entre os professores, Lilian Pacce e Gloria Kalil. O preço? Vinte prestações de R$ 2.120. Para vocês terem idéia no naipe dos alunos, uma candidata não pôde fazer o curso porque o pai dela não deixou. Motivo: não havia heliporto na faculdade...
Pensei em pedir uma bolsa... Mas bolsa é coisa de pobre... Bolsa de estudo, bolsa família. No way... Quando eu acabo de desistir de investir na minha formação, eis que recebo um release.... Segue um pequeno trecho...

"Projeto de Inclusão Social Urbana Nós do Centro, coordenado pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, abriu inscrições para cursos gratuitos. CURSOS: bijuterias, bordado e tear, artesanato em jornal, Aperfeiçoamento de salgados para festas e encomendas para lanchonetes"

Enfim, people, preciso revisar os lugares que deixei meu email.... Ninguém merece isso.
O que me resta é apresentar para minha chefe a sugestão do quadro "CBN Prime", com dicas de consumo. Seria veiculado dentro do programa do Sardenberg. Dicas de liquidação apenas em Nova York ("aproveite o final de semana, reserve um lugar na primeira classe da American Airlines e faça suas compras na quinta avenida). No mais: como fechar Fernando de Noronha na sua lua-de-mel, roteiros exclusivos em Costa do Sauípe; e a parte de serviço: Como evitar o congestionamento de helicópteros nos céus paulistanos.

Fui... e de primeira classe, por favor!

Bruno Azevedo
PICARDIA
http://www.picardia.blog.com

(Nada melhor do que um mail destes para encher o dia de graça. Na foto: Eu e Bruno aproveitando a desvalorização do peso argentino nas ruas de Buenos Aires.)

3 de julho de 2008

The Miniature Earth



E tem gente que ainda reclama só porque o cara não ligou
no dia seguinte ou porque engordou 5 kilos em dois meses.

21 de junho de 2008

Que sabedoria

você transmitiria

ao mundo sabendo

que é sua última

oportunidade?

19 de junho de 2008

Datas

19 de junho - 2003
E era uma quinta-feira, mas era fim de tarde e eu já estava quase dormindo ao telefone e do outro lado da linha alguém muito alegre.

19 de junho - 2008
E era uma manhã de quinta-feira e praticamente comemorei sozinha a lembrança, enquanto do outro lado da linha alguém trabalhava e não pôde me dar atenção.

* Estava relendo alguns posts antigos. Fato...pessoas não mudam. Nem mesmo eu. Infelizmente!

9 de junho de 2008

Somewhere over the rainbow

Tradução aqui

Somewhere over the rainbow
Way up high
And the dreams that you dreamed of
Once in a lullaby ii ii iii
Somewhere over the rainbow
Blue birds fly
And the dreams that you dreamed of
Dreams really do come true ooh ooooh
Someday I'll wish upon a star
Wake up where the clouds are far behind me ee ee eeh
Where trouble melts like lemon drops
High above the chimney tops thats where you'll find me oh
Somewhere over the rainbow bluebirds fly
And the dream that you dare to,why, oh why can't I? i iiii

Well I see trees of green and
Red roses too,
I'll watch them bloom for me and you
And I think to myself
What a wonderful world

Well I see skies of blue and I see clouds of white
And the brightness of day
I like the dark and I think to myself
What a wonderful world

The colors of the rainbow so pretty in the sky
Are also on the faces of people passing by
I see friends shaking hands
Saying, "How do you do?"
They're really saying, I...I love you
I hear babies cry and I watch them grow,
They'll learn much more
Than we'll know
And I think to myself
What a wonderful world (w)oohoorld

Someday I'll wish upon a star,
Wake up where the clouds are far behind me
Where trouble melts like lemon drops
High above the chimney top that's where you'll find me
Oh, Somewhere over the rainbow way up high
And the dream that you dare to, why, oh why can't I? I hiii ?

Pensando alto

Um mail triste, uma ligação antes do almoço de sábado, e aparentemente foi adeus. Foram estas as palavras que dissemos. Parece tão definitivo, e talvez seja. Mas algo me diz que um dia vamos nos arrepender seriamente. E mesmo que eu não saiba de você e nem você de mim, a vontade abortada deixará resquícios infinitos de saudade. Nos dois. E o mais triste disso tudo é que a gente se gosta, mas somos egoístas demais para dar valor a isso.

30 de maio de 2008

Jardim Secreto

Conheci países, planetas e nuvens e deixei um pouco de mim em cada chão. Ganhei flores para os cabelos, mas as vi morrer sem alimento. Fui tão intensa, tão grandiosa, que exalava pelos poros para além de 1m65cm. Do que adianta potência sem controle? Alguém perguntou. De que adiantam flores sem a chuva e sem o sol? Não soube responder.

Divaguei por lugares estranhos. Desenhei o mapa, não usei bússolas. E me queimei no sol. Comprei o último bilhete. A última viagem. Nunca esqueci seu telefone. Bati na porta, mas não fui recebida. Sereno em noite de luar. Não é comum? Pedi abrigo, mas a cama estava cheia e não tinha espaço no porão. Se era uma noite de sol, porque senti tanto frio?

Não podia voltar. Os grãos de pipoca que marcavam o caminho derreteram com a água do meu choro e com o sangue da minha alma. Segui em frente e tinha flores por perto. Não eram elas que queria, mas fiquei observando como a natureza as faz crescer e embelezarem nosso caminho de forma tão natural. A natureza não dá saltos. É o nosso relógio que sempre marca a hora errada.

Não tinha lar para retornar. Mas tenho jardim, só porque decidi aprender a cuidar das flores. E no meu Jardim Secreto não há porta de entrada, nem sinalização, nem informações científicas sobre as flores. Aqui não há ciência. Há só uma menina que aprendeu a chorar sozinha, no meio da noite, e a guardar segredos. Não espere o convite para o piquenique. Lá, entre as sementes, o que floresce é a alma dela, que flutua por tudo que há vida. E nada menos.

Lá, é aquilo que chamam de lar. O esconderijo das fantasias e dos sonhos. Das esperanças, da poesia e da música. A ternura enfeita o céu de cor de rosa, a água é lilás e tudo tem sabor de marshmellow. E nem adianta buzinar, bater na porta ou escalar o muro. Coloquei a cama em frente a janela, abri as cortinas e joguei a chave fora. Agora tudo vai ficar bem!


25 de maio de 2008

Universo Paralelo


Devia ser um amor comum, como os básicos que simplesmente dão certo. Tinham ali toda gama de ingredientes necessários. Um sexo louco, o sentimento clássico, a intensidade juvenil, o prazer da descoberta, os objetivos futuros conjuntos.
Poderia ser tudo, mas por alguns períodos foi nada.
Separaram-se inúmeras vezes, nunca querendo, de fato, estar longe. Acostumaram-se em outras camas, em outros afetos, em outros laços, e assim, desfizeram o nó que os prendia.
Nenhum dos dois sabia para onde o outro iria, não era preciso saber.
Ela o culpou, culpou os outros, os destinos, os astros. Culpou a Deus. E com o tempo, inerte na dor exorcisou toda culpa e voltou a viver. Pegou seu quinhão da história e deixou o restante a quem interessase. O silêncio prosseguiu. Mais de 700 dias, nem cartas, nem mails, nem notícias vindas dos amigos. Nunca se cruzaram, nem mesmo nos lugares comuns. Acostumaram-se.
Sem conhecer a versão dele, ela apenas dizia: não tinha que ser, não foi. Era a forma simplista com a qual justificava as distâncias forçadas. E para ausentar o choro começou a gargalhar. Era assim que sabia fazer. Nunca diferente. Deu de ombros para a balela auto-ajuda. Porém, foi discretamente surpreendida por rastros daquilo que chamam de saudade. Não entendia, não sentia, achava besteira. Besteira como foi acreditar que algum dia aquilo era romance, era história, era algo além.
Perfumou-se, vestiu seu melhor vestido e foi amar outros amores. Repetiu o ritual tantas vezes, quantas fosse necessário. Estava curada, julgava-se pronta. Não errou, não hesitou.
Num dia de coragem, permitiu-se ser inconsequente. Arriscou, veio o convite, voltou a magia. De volta aqueles momentos que eles só sabiam ser eles. E sabiam ser tudo. E transformavam-se em nada. Porque existia algo maior, grandioso e valioso que tomava aquele espaço físico e coordenava toda química.
Descobriram-se amigos, como nunca haviam deixado de ser. Descobriram-se atração, fogo, desejo. Nada consumado. Eram começo, eram paciência, eram respeito. Jóia, ou brinquedo novo, que se toca com mãos cuidadosas, cheios de melindres para não danificar. Foram medo, autodefesa, um tanto de melancolia. Medo, vontade. Medo, desejo, Medo, segredo. Medo, ansiedade. Não queriam o passado, não sabiam ser presente, não ansiavam o futuro. Qualquer maconha barata poderia ter o mesmo efeito passageiro como teve aquele sabor perdido do algodão-doce, ou do cheiro da orquídea que já não perfumava mais a sala.
Não ouviram o suficiente. Tornaram-se adultos cedo demais, e perderam toda aquela ingenuidade infantil que caía, machucava, e voltava a brincar. Tornaram-se chatos, cautelosos ao extremo. Como se a magia fosse um lance de ações na Bolsa de Valores.
Não souberam? Não queriam? Ela crê que não. Ele pediu: não vá embora. Não saia da minha vida. Ela se rendeu e decidiu ficar, mas não da forma como queria, mas do jeito que pôde. Os mais otimistas continuavam na torcida.
Ela chorou algumas noites, mas agora tinha o consolo de saber que ele também choraria. Perante ele, permaneceu em silêncio. Disse que colocaria um belo sorriso no rosto, o seu melhor perfume, um zíper nos lábios da paixão…e nada mais ele saberia.
Desejava, mas havia perdido forças. Ou talvez as tivesse substituído pelo respeito à decisão alheia. Foi assim, por cautela ou pela falta de força de vontade. Guardaram lá no universo paralelo as lembranças, o desejo, a dor e aquele amor em repouso. Era ali, o lugar mais seguro, onde talvez, se amariam por mais a vida toda. O lugar onde nada, nem ninguém, nem mesmo eles poderiam destruir. Talvez tenha sido melhor assim.

(Qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência)

18 de maio de 2008

20 dias depois!

E me fala quem é que larga a felicidade?

Quem deixa o sonho de lado?

Quem escolhe ser infeliz?

Quem prefere a mesmice pelo medo do novo?

Me fala quem? Ninguém né?


Mentira! Tem gente que escolhe isso sim.
E pior ainda: coloca a culpa nos outros. Coloca a culpa em mim

:: Eu não sei se é a cidade que adormeceu os sentimentos
ou se sou eu que ainda espero demais das pessoas ::

15 de maio de 2008

Presságios de um futuro bom



Metade de mim agora é assim.
De um lado a poesia o verbo a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem
pra chegar no fim. E o fim é belo
incerto...Depende de como você vê.
o novo, o credo, a fé que
você deposita em você e só.

10 de maio de 2008

Alucinação

...) Não estou interessado em nenhuma teoria, em nenhuma fantasia, nem no algo mais. Nem em tinta pro meu rosto ou oba oba, ou melodia para acompanhar bocejos, sonhos matinais. Nem nessas coisas do oriente, romances astrais. A minha alucinação é suportar o dia-a-dia, e meu delírio é a experiência com coisas reais. Um preto, um pobre, um estudante, uma mulher sozinha. Blue jeans e motocicletas, pessoas cinzas normais. Garotas dentro da noite, revólver: cheira cachorro. Os humilhados do parque com os seus jornais. Carneiros, mesa, trabalho, meu corpo que cai do oitavo andar. E a solidão das pessoas dessas capitais. A violência da noite, o movimento do tráfego. Um rapaz delicado e alegre que canta e requebra, é demais. Cravos, espinhas no rosto, Rock, Hot Dog, "play it cool, Baby". Doze Jovens Coloridos, dois Policiais. (...)

:: Amar e mudar as coisas me interessa mais ::
(Belchior)

8 de maio de 2008

O que

faz um

homem

amar

uma

mulher?

30 de abril de 2008

E desde o começo da semana


Comecei a crer que o tempo realmente cura tudo. Que o amor sempre vence no final. Que aquilo que é real dura tempo bastante para se tornar inesquecível. E que nada melhor do que a distância e a fé para curar corações feridos.

Comecei a crer também que a nossa sintonia é presente divino, e que se fosse apenas o fato de você me ligar no mesmo momento que eu discava seu número eu poderia até dizer que foi apenas coincidência.

Mas...dizem por aí que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Então, só pode ser muito destino você ter dito que queria me ver antes que eu dissesse qualquer coisa.

Pois é, entenderam porque comecei a acreditar?


:: Sempre fui meio São Tomé.
Que bom que o coração tem mais fé que a razão ::


Assim seja

28 de abril de 2008

Saudades de maio

Você não reconheceria se me visse agora. Tem tanta coisa boa que a sua ausência me trouxe, e esta carta é para lhe dizer isso. Falar das coisas que talvez você nunca vá redescobrir. Porque eu não vou criar esta segunda chance. Não vou provocar este reencontro. Você deveria saber da minha covardia de não te ligar e da burrice de ter apagado o número do seu celular, e da não vontade de ligar para a sua casa. Aliás, talvez eu nunca ligue. E nem esta carta você vai receber. Talvez mande um mail educado no mês que vem, no dia do seu aniversário. Você realmente não iria me reconhecer. A minha coragem virou um quase medo, uma quase cautela, um quase respeito. Mas a minha insegurança virou maturidade. Mas quem foi que disse que maturidade significa esquecer? Eu não entendo, foram dias, meses, quase um ano sem sequer pensar em você. Experimentando a vida sem a perspectiva de lhe ter do outro lado da linha para escutar minhas baboseiras, ou sua companhia nos almoços no meio da semana. Eu vivi tanto, eu fui longe na minha intensidade, eu amei, eu chorei, eu ri, eu bebi, eu fumei, eu transei, eu viajei, eu ajudei, eu pedi ajuda...Eu não lembrei de você. Eu não te incluí em nada disso. Eu aprendi a ser mais eu e ser menos a pessoa que você amou. Eu deixei toda mágoa de lado e o que sobrou foram só as nossas boas lembranças. Eu te perdoei, mesmo sem nunca teres me pedido perdão. Eu me perdoei por ter falhado. Eu agradeci por ter progredido. Eu só não te esqueci. E você nunca saberá disso. Eu acho!

26 de abril de 2008

A felicidade existe. E sabe onde eu trabalho

Eu deveria ter recebido um livro sobre a TV Tupi, até o começo desta semana. Não recebi e tive que fazer a matéria sem ler a obra. Na quinta, o contínuo da redação colocou o embrulho na minha mesa. Já era tarde, a edição já estava editada. Abri rápido e nem olhei o que era. Eu tinha reunião de pauta e o livro da Tupi já não me servia de mais nada. Quando voltei, fui olhar o calhamaço sobre a minha mesa.

Surprise.

Veio o livro errado.
E eu ganhei um belo presente.

13 de abril de 2008

Frases

"Sinto saudades suas".
Obrigada, eu também sinto.

"Nunca vi a Jaque triste".
Aprendi a não ficar mais.

"Droga, porque você tem que trabalhar domingo?
Porque meu chefe mandou.

"Eu queria te ver".
Também quero te ver.

"Parabéns pelo texto".
Muito obrigada.

"Vamos almoçar fora esta semana?".
Vamos sim.
"Moça, me conta como foi o show da Ivete".
Foi ótimo, fiquei no camarote.

"Quer alugar um apê aqui no meu bairro".
Ainda não escolhi para onde vou, estou bem aqui.

4 de abril de 2008

Sunrise

Ela diz que não. Faz pose de forte, fala que é perda de tempo pensar no que não tem. Afinal, tem muita coisa para pensar, outras mil tantas para resolver. Nem pára. Só descansa quando dorme. Tem sempre um sorriso no rosto, samba no pé, lembranças no coração e agenda lotada. Parece imune, né? Parece protegida. Ela é tudo isso e acha que não é mais nada.
Acorda cedo e aproveita o tempo extra para? Para trabalhar, oras. Coloca as canções para tocar, enquanto pesquisa, escreve, lê. Seleciona as músicas baixadas e ainda não escutadas. Clicou por acaso naquela. Ouviu a primeira nota, acendeu o pisca-alerta. Ia pular a faixa. Não conseguiu.
Ficou parada. Era sobre o nascer do sol.
Olhou pela janela e estava nublado. Fechou os olhos e chorou, e sorriu, e divagou. Porque agora? Já nem se preocupava mais com o amor. Porém, lembrou naquela hora, como na hora da canção. Imaginava e nem sabia com quem, nem mesmo sabia o quê imaginava. Era doce, era forte, era devasso, era romântico. Achou que fosse o ex. Não era. Achou que eram outros amores passageiros. Não eram!
Ele não tinha rosto, nem nome. Ele não chegou, não bateu na porta dela, não cruzou com ela na fila do banco, nem perguntou sobre ruas desconhecidas no meio do centro da cidade. Ele não estava lá. Nem nas boates onde ela sapateia quase todo final de semana. Nem no teatro, muito menos no cineminha de (quase) toda semana.
Ele estava apenas ali. Nas notas da canção, na doçura da voz da Norah. Estava nos meus sonhos, e no sorriso que salta toda vez que me tomam a razão sem oferecer nada em troca. Ele tinha aroma de café forte. Eu nem tomo café, mas contemplo quando um vejo estranho desfrutando. Podia ser o estranho? Talvez sim. Estranho ele já é.
Repete a canção, desenha quadros surrealistas de beijos, de carinho. Quer ver o sol nascer, mas já está na hora do almoço. Da janela dá para ver a chuva fina. Fica para outra vez!

Ouça, veja, e sinta:

1 de abril de 2008

Pelo primeiro ano de tuas águas expressas...


O nome do blog é "Estava Perdida no Mar".
Balela!
Nós é que nos perdemos nas águas dela... enquanto ela faz festa ao som de samba na areia, nós ficamos do meio das águas, clamando pela graça de podermos nos misturar, ou apenas admirando...

Ela é envolvente, é intensa, é turva, e as às vezes tão calma...
No fundo de suas águas, lá no seu mais íntimo, ela guarda segredos em conchas, como pérolas preciosas... Lá, nesse fundinho, o som é Chico Buarque.
Eu sei, porque já ouvi.

Todos queremos a bênção de navegarmos em seu mar, de agitarmos suas águas de alguma forma, de fazermos diferença na vida dela. Alguns, com uma violência desmedida, a jogam na areia e a deixam exausta, confusa; outros, a fazem admirar as ondas calmas que provocam; outros ainda conseguem lhe tirar o sorriso de sapeca, provocando ondinhas que a fazem brincar; há aqueles que ela ama tanto, que permite que se misturem, e então, mergulha inteira, sem temores, nas águas misturadas daqueles que merecem seu amor (quase) incondicional.

Ela quer se descobrir, mas não sabe que sua graça está justamente na complexidade de suas águas.

Ela é bela, "sá marina", graciosa, brasileira.
Jaqueline.
jornalista.
intensa e diversa.
Jaque Porto.

Minha amiga...

Parabéns por 01 ano do teu blog - esse espaço generoso onde você se desnudou em palavras, se escondeu em ondas claras, mergulhou em tempestades, ressurgiu em alegria. Compartilhou tua vida!!

Deus a abençoe.
com todo o carinho das minhas águas, tão misturadas às suas,

"aquela..."

16 de março de 2008

Santa Chuva


Desative o despertador, falte a pós, observe a chuva pela janela, aproveite para se namorar. Ligue para "ele" e "repreenda" por não ter ligado às 6h da manhã para lhe acordar para a faculdade (tsc, tsc). Almoce pastel de banana deitada na cama da mãe, assistindo romance água-com-açúcar. Desmarque o almoço de domingo porque uma das amigas está doente. Ore por ela. Desmarque o teatro porque não pára de chover na cidade. Não mude o canal quando começar a novela que o trabalho não deixa assistir. Banhe-se demoradamente em água bem quente.
Alterne diálogos, no msn, sobre a importância da água e da cerveja para o organismo. Ah, mas divida o mingau de chocolate com o pirralho que ocupa sua cama. Enrole...enrole, mas seja esperta e adiante coisas do trabalho para ficar mais livre durante a semana. Veja uma foto d"ele" fantasiado de Smurf e não entenda como deseja alguém assim (?) Não entenda!
...Ria da própria idiotice...Limpe a caixa-postal, mas guarde as letras de música do Otto e os mails com textos do Caio Fernando, da Lispector e da Cecília Meireles.

E antes de dormir...Shiii!!!
Tire o samba, redescubra as baladas da Madona, coloque o fone, feche os olhos, apague a luz - deixe tocar Elvis - acenda a luminária, solte os cabelos - escute Garbage - feche os olhos, deslize os dedos, cante a letra errada...
e imagine...
Just imagine...
Um sábado de chuva nunca foi tão doce assim!

12 de março de 2008

Do Essencial

Se acaso colocar qualquer idéia ou opinião aqui podem me chamar de volúvel, e se me deres milk-shake hoje e amanhã me convidar para dançar pensarás que errou de pessoa. Desejei tanta mudança que finalmente fui encontrada. E se ontem era mar, hoje sou o sal da água. Algo forte, de gosto marcante, que não altera pureza nem com poluição, ou despejo de óleo.
Nos últimos dias, os rascunhos que deveriam estar aqui alteraram os fonemas mil vezes e em todas tinha tanto que não tinha nada. Só porque o Essencial é realmente invisível aos olhos e é um pouco que basta, e quem quer sempre muito nada tem. Não perdi nada, nada além do tempo do ócio. Que eu, na verdade, precisei abdicar para navegar urgência do necessário.
Quando as paixões cedem à razão é que podemos perceber erros e acertos; e as "amizades" desnecessárias; e as idéias tolas, e a limpeza do inútil prova que há sempre o ganhar no meio da perda. Então se proteger significa não brigar, significa apenas ignorar. Aliás, existe algo mais fácil do que se auto-afirmar humilhando ou rebaixando o outro? Pois bem, a diferença é que a falta do ócio me tirou o espaço da atenção mental e física para guerras tão pequenas, e colocou em mim apenas o espírito da indiferença. Porém, foi esta mesma falta do ócio, ou o excesso de vida adulta, que furtou metade das jóias que trouxe para enfeitar este mar.
Então, achando que poderia me sentir nua, ao cortar algumas ervas daninhas (leia-se pessoas, hábitos, pensamentos e etc.), quase quis ficar triste, mas pouco sobrou espaço para o lamento no lugar que eu (finalmente) conseguir ocupar pelo amor-próprio. Como diz a música "A gente muda o mundo com a mudança da mente", e as minhas ondas têm mudado tanto que a praia lotada está virando ilha deserta, na qual só entra quem aceitar fechar os olhos, me dar as mãos e subir no tapete mágico.
Talvez, quando chegar na última linha desta prosa (sim, porque quero prosear) já não seja mais a mesma da primeira frase, mas se algo me ordenou letralizar as três da manhã, há que se respeitar. Pois deve ser, no mínimo, a influência do Zepelim, e como já poetizou meu amante preferido "São três horas o samba tá quente, deixa a morena com a gente, deixe a morena contente, deixe a menina sambar em paz".

2 de março de 2008

Que Horror!


Coluna Programa Furado, da Revista Rio Show, do Jornal O Globo, de 29/2/08

Salvem-nos do Panda

Fui com meu namorado ao Motel Panda e, ainda nus, levamos um susto quando vimos, através do espelho, o reflexo de um homem que nos observava. Percebendo que tinha sido notado, ele fugiu pelo corredor de serviço. Ligamos para a recepção e o subgerente foi até nossa suíte. Ele argumentou que não era possível aquilo ter acontecido e que nos não podíamos ter certeza de nada. Ficamos quietos, mas o reconhecemos: tinha sido ele!
Christina de Mattos Rossini, por e-mail

Resposta: O gerente do motel, Admilson Nunes diz que uma vez que o cliente fecha a porta, não há como ser observado dentro da suíte. Pode ser que eles tenham esquecido a porta aberta, mas, poetio: a privacidade do casal era total.

28 de fevereiro de 2008

Há momentos que se casam com canção


E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público

Morreu na contramão
atrapalhando o tráfego

(P.S: é muita falta do que postar mesmo)

22 de fevereiro de 2008

19 de fevereiro de 2008

Chega de Saudade (?)

No domingo, pensei num post sobre a etimologia da palavra e do privilégio de ser da língua portuguesa. Seriam saudades de tempos que se foram, das pessoas que deixamos de ser…e blá blá blá. Divagando, comemorei por não ter a agonia saudosa no peito, mas ontem esse distanciamento acabou e a tal Dona Saudade atormentou-me ao telefone.
Apenas uma segunda-feira qualquer, acordar, banho, café, trânsito, inglês, análise, trabalho, plantão, casa, dormir e começa terça. Porém, os míseros 20 minutos de intervalo expulsaram a calma interna que afagava-me nos últimos tempos.

Do outro lado da linha:

– Vendemos a casa.
– Como assim, Bial? Ops, mãe?
– Vendemos filha. Vendemos!

Risadas altas brilharam meu rosto, enquanto os olhos estavam num quase pranto. Cheguei na terapia e vibrei porque tudo mudaria a partir de agora. O "tal momento" parecia estar bem na minha cara, querendo uma atitude, um deleite, uma guinada. Fui sagaz como topeira ao afirmar que o monte de concreto não faria a menor falta, me vangloriei do desapego às coisas materiais.
But, quem foi o idiota que declarou que ali só tinha o que era tangível e material?
Deve ter sido eu mesma. Sim, em algum segundo cada cômodo da casa passou a incomodar muito a minha pequena família e a demora na venda significava mais demora para eu criar asas e voar até a minha gaiola escolhida.
Então porque saudades?
Fui trabalhar e como profecia o número não saía da cabeça: 23 anos, 23 anos.
Pensei nas enormes permanências em minha vida: 11 anos no mesmo colégio, 23 anos na mesma casa, quase 6 anos em análise (com intervalos), 2 anos solteira, 5 anos magra, os mesmos melhores amigos há quase 10 anos.
Epa! Pára tudo.
Eureca! Os mesmos amigos há quase 10 anos, as pessoas. E tudo ali, naquela casa. De repente, o monte de concreto – com muro verde de grades azuis, piscina de azulejos no quintal, e fachada de tijolinhos vermelhos – ganhou vida, sentimentos, conversas, choros, sexo, brigas, festas e lembranças. Memórias do afeto de arrancar manga verde pra comer com sal, do namoro na varanda depois que todos dormiam, dos banhos de piscina com quem quisesse vir, das brincadeiras de casinha e escolinha nos corredores, dos churrascos, dos aniversários, dos almoços de domingo…de segunda…de terça…debaixo da mangueira.
Derramei o choro contido, de lágrimas escorridas na direção inversa devido a etiqueta profissional. Triste por precisar sair de perto dos que encheram aqueles espaços com vida.
Chorei por dormir uma pessoa e acordar outra. Uma suposta carta de alforria será assinada junto com a escritura. Dormir filha, acordar adulta. Trocar o pé de acerola, a pintagueira, o pé de morango, e o de maracujá, por…talvez um cacto no basculhante da cozinha. Não mais bate-papo com a vizinha no portão, não mais pular o muro do vizinho quando esquecer a chave, sem jornal de domingo na varanda da frente, com café-com-leite bem quentinho, ou nescau, ou banana amassada com aveia e mel. Sem barrashoping nas horas vagas.
Não está doendo, é só emoção. Despedida, chegada, velho, novo, tanto-muito. De ontem para hoje, acho que cresci uns três centímetros na escala do amadurecimento. E tá vindo mais por aí. Responsabilidade, juízo, controle de gastos, aprendizado, mudanças. Sonhos que se realizam. E tudo só porque não sinto saudades de um monte de concreto.

8 de fevereiro de 2008

Para o ano que começa

Para ter lábios atraentes, diga palavras doces
Para ter olhos bonitos, procure ver o lado bom das pessoas
Para ter boa postura, caminhe com a certeza de que nunca andará sozinha

Conselho de Diva...faz bem aceitar!

28 de janeiro de 2008

No verão de...

Então, já furei mil desafios propostos pelos blogueiros, mas este nem tinha como negar. Além de adorar a Moni, o exercício foi ótimo para relembrar o passado tenebroso.

Vamos lá,

O QUE VOCÊ ESTAVA FAZENDO NO VERÃO DE (No verão, exatamente, não vou lembrar, mas tentarei sintetizar o ano)

...1978 (há 30 anos). Não era nascida, e Deus nem devia pensar em trazer para este mundo desgovernado. Minha irmã estava com 18 anos, meu irmão 16, e deveriam estar a toda-toda no movimento hippie. Se bem que, dizem as boas línguas da família, eles sempre foram jovens muito responsáveis…

...1983 (há 25 anos). Cheirava a leite, xixi e caquinha. Nasci em outubro de 82, e no verão (ou no ano) de 83, dava muito trabalho aos meus pais. Morávamos no 5º andar de um prédio sem elevador, e as histórias que eles contam denigrem minha imagem porque enfatizam que eu comia demais, era gordinha pacas, cagava pra caramba e dava muito trabalho para subir e descer as escadas todos os dias. Ah, deve ter sido nesta época que rolei de velotrol, entre o quinto e o quarto andar, e também quando passei mal com a cerveja que meu pai deu sem saber que mamys tinha me entupido de leite minutos antes. Por isso que cresci com tantos problemas mentais...(tsc...tsc)

...1988 (há 20 anos). O cabelo era bem crespinho e minha mãe já sofria ao pensar como ia fazer para alisar aquela juba. Meus irmãos acampavam muito em praia, o que me fez ter toda a paixão pelo mar. Eles sempre me levavam para ficar uns dias com eles. Eu estava saindo da pré-escola e já cometia gafes de achar que a professora gordona estava grávida. Fora isso, a vida era regada a bonecas, andar de calcinha pela casa (hábito que conservo até hoje), banho de piscina o dia todo e comer…comer…

...1993 (há 15 anos). Tinha ficado "MOCINHA" (vocês entenderam, né?), não sabia lidar com isso e era vítima da zuação de todos os meninos da rua (era um saco aprender a ser menininha). Os mesmos que eu beijava nas brincadeiras de pêra, uva, maça, salada mista. Tinha uma amiguinha bem parecida comigo e quando brincávamos de pique-esconde sempre trocávamos de roupa para confundir os outros. Já frequentava as matinês de domingo, beijava na boca de caras, 11/12 anos, mais velhos que eu, mas ainda chupava chupeta e mamava mamadeira (só larguei aos 12). Meus sobrinhos mais velhos já tinham nascido e eu detestava eles nunca me chamarem de tia.

...1998 (há 10 anos). Putz, parece que foi ontem. Eu trabalhava de dia e estudava à noite. Já sabia que queria ser jornalista, mas me preocupava mais com roupas, homens e boates. Saía todo final de semana para festas à fantasia memoráveis. Ficava com todos os meninos que queria, fazia terapia, e sempre viajava para o litoral no carnaval e no verão. Bebia horrores nas festas…



...2003 (há 5 anos). Época do 4º/5º período da faculdade. Melhor fase da minha vida acadêmica. Acordava as 4 da manhã para trabalhar e ficava até meia-noite na faculdade. Comecei a ir pra Lapa e conheci as meninas mais legais da faculdade, mas a amizade terminou assim que fiquei afim de um garoto do grupo. Depois de muitas brigas e intrigas (quase uma novela mexicana)…deu tudo certo e namoramos por quase três anos. Os melhores da minha vida…Emagreci uns 17 kilos. passei meu primeiro reveillon namorando e descobri todos os prazeres da carne (exatamente neste sentido maldoso). Tinha as melhores amigas do mundo (ainda tenho), peguei (mais) paixão por tudo relacionado ao mar. Aceitei minha paixão incubada por Chico Buarque, deixei de ser roqueira, comecei a dançar forró, e voltei ao samba…Virei flamenguista doente (influência do namorado) e nunca imaginei que passar a tarde toda deitada namorando pudesse ser a melhor coisa do mundo...

...2008 (hoje). Continuo magra…peso até menos que o correto para a minha altura, estou solteira, gostei de uns carinhas aí, mas nem paixão de verdade senti mais. Trabalho como repórter de cultura e amo a minha profissão. Faço pós e estou pensando no mestrado. Em abril fará um ano que tenho este blog. Arranquei toda a química do meu cabelo, aprendi a meditar, ainda faço terapia (há quase 3 anos), sou kardecista. Danço...danço...danço. Tenho os melhores amigos do mundo. Sou conhecida por ser DOIDA, MALUCA, SEM JUÍZO, e ESCREVER BEM…ah...e Ótima AMIGA. Ainda vivo na Lapa, amo teatro, música, cinema, conhecer gente nova e lugares novos. Estou cada vez mais doente pelo Chico Buarque…E sou muito feliz.

Ah, só para continuar a corrente...
o desafio vai para:

Bianca Pyl - Entrelinhas
Di - A Fox lady
Ana D. - Às vezes céu azul, às vezes tempestade

15 de janeiro de 2008

As poucas coisas

São poucas as coisas que me fazem feliz. Poucas não por ser seletiva ou exigente, mas porque são pequenas. Pequenos prazeres quase imperceptíveis, e por isso, quase dispensáveis. Linhas de boa leitura: crônica, poesias charmosas, leves ou densas, conversas despretensiosas, ou papos cabeça com amigos de longa data. Um preço barato para alegrias infinitas!

Claro, preciso de sonhos intocáveis, que por vezes transformam-se em semi-desesperos. Aí, sou capaz de incorporar a "Maria do Bairro" quando o cara desejado não me nota; planejar sonhos de consumo que realizarei quando ganhar na mega-sena (mesmo sem nunca ter jogado); ou esbravejar que o universo está de mal comigo. Isto também faz parte do meu cotidiano.


Se permitir, estes pequenos deslizes errantes colocam por terra todo meu ideal pobre de felicidade: o das pequenas coisas. Então, oro, peço tanto... converso com Deus, e deixo claro que estou reclamando de barriga cheia, mas me permito essa malcriação, de vez em quando, só para explicar que não sou de ferro. Logo passa! Basta o afago das melhores amigas, um torpedo de alguém de longe dizendo que sente falta, um e-mail com novidades. Uma boa leitura…

Ah, a boa leitura. É sempre isso. Sou curiosa, nada intelectual. Nunca fui. Nem tenho pretensão, mas confesso certa facilidade em acumular cultura (útil e inútil) e junto à boa memória (quase fotográfica) me salvo em qualquer roda. Leio tudo, bula de remédio, outdoor, revistas empresariais, mas o que mais fascina é sempre a história dos outros. Ossos do ofício! Não falo de fofoca, porque isso é pejorativo, mas sim do ato de encontrar nos outros os fragmentos de si mesmo. E perceber que não sou a única que pensa dores e medos, felicidades e alegrias... diariamente.

Somos todos assim! Uns mais, outros menos, mas é isso que nos liga. E basta pouco para que toda insegurança desça pelo ralo do delete (ou do esgoto mesmo). No meu caso, umas páginas de Gárcia Marquéz, poemas de Drummond, pitadas de Lispector, crônicas de Xexéo…e os blogs queridos. Tudo passa, e recomeça a surgir o sorriso no meio das lágrimas.

7 de janeiro de 2008

A tentativa

Eu vou apenas tentar
Lhe arrancar da minha vida
Em todos os sentidos possíveis
E mesmo que tudo pareça vazio
Ainda sim, não quero mais pedaços de você
Eu vou apenas tentar
Se não der certo, dou outro jeito

Siga esta onda

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