16 de março de 2008

Santa Chuva


Desative o despertador, falte a pós, observe a chuva pela janela, aproveite para se namorar. Ligue para "ele" e "repreenda" por não ter ligado às 6h da manhã para lhe acordar para a faculdade (tsc, tsc). Almoce pastel de banana deitada na cama da mãe, assistindo romance água-com-açúcar. Desmarque o almoço de domingo porque uma das amigas está doente. Ore por ela. Desmarque o teatro porque não pára de chover na cidade. Não mude o canal quando começar a novela que o trabalho não deixa assistir. Banhe-se demoradamente em água bem quente.
Alterne diálogos, no msn, sobre a importância da água e da cerveja para o organismo. Ah, mas divida o mingau de chocolate com o pirralho que ocupa sua cama. Enrole...enrole, mas seja esperta e adiante coisas do trabalho para ficar mais livre durante a semana. Veja uma foto d"ele" fantasiado de Smurf e não entenda como deseja alguém assim (?) Não entenda!
...Ria da própria idiotice...Limpe a caixa-postal, mas guarde as letras de música do Otto e os mails com textos do Caio Fernando, da Lispector e da Cecília Meireles.

E antes de dormir...Shiii!!!
Tire o samba, redescubra as baladas da Madona, coloque o fone, feche os olhos, apague a luz - deixe tocar Elvis - acenda a luminária, solte os cabelos - escute Garbage - feche os olhos, deslize os dedos, cante a letra errada...
e imagine...
Just imagine...
Um sábado de chuva nunca foi tão doce assim!

12 de março de 2008

Do Essencial

Se acaso colocar qualquer idéia ou opinião aqui podem me chamar de volúvel, e se me deres milk-shake hoje e amanhã me convidar para dançar pensarás que errou de pessoa. Desejei tanta mudança que finalmente fui encontrada. E se ontem era mar, hoje sou o sal da água. Algo forte, de gosto marcante, que não altera pureza nem com poluição, ou despejo de óleo.
Nos últimos dias, os rascunhos que deveriam estar aqui alteraram os fonemas mil vezes e em todas tinha tanto que não tinha nada. Só porque o Essencial é realmente invisível aos olhos e é um pouco que basta, e quem quer sempre muito nada tem. Não perdi nada, nada além do tempo do ócio. Que eu, na verdade, precisei abdicar para navegar urgência do necessário.
Quando as paixões cedem à razão é que podemos perceber erros e acertos; e as "amizades" desnecessárias; e as idéias tolas, e a limpeza do inútil prova que há sempre o ganhar no meio da perda. Então se proteger significa não brigar, significa apenas ignorar. Aliás, existe algo mais fácil do que se auto-afirmar humilhando ou rebaixando o outro? Pois bem, a diferença é que a falta do ócio me tirou o espaço da atenção mental e física para guerras tão pequenas, e colocou em mim apenas o espírito da indiferença. Porém, foi esta mesma falta do ócio, ou o excesso de vida adulta, que furtou metade das jóias que trouxe para enfeitar este mar.
Então, achando que poderia me sentir nua, ao cortar algumas ervas daninhas (leia-se pessoas, hábitos, pensamentos e etc.), quase quis ficar triste, mas pouco sobrou espaço para o lamento no lugar que eu (finalmente) conseguir ocupar pelo amor-próprio. Como diz a música "A gente muda o mundo com a mudança da mente", e as minhas ondas têm mudado tanto que a praia lotada está virando ilha deserta, na qual só entra quem aceitar fechar os olhos, me dar as mãos e subir no tapete mágico.
Talvez, quando chegar na última linha desta prosa (sim, porque quero prosear) já não seja mais a mesma da primeira frase, mas se algo me ordenou letralizar as três da manhã, há que se respeitar. Pois deve ser, no mínimo, a influência do Zepelim, e como já poetizou meu amante preferido "São três horas o samba tá quente, deixa a morena com a gente, deixe a morena contente, deixe a menina sambar em paz".

2 de março de 2008

Que Horror!


Coluna Programa Furado, da Revista Rio Show, do Jornal O Globo, de 29/2/08

Salvem-nos do Panda

Fui com meu namorado ao Motel Panda e, ainda nus, levamos um susto quando vimos, através do espelho, o reflexo de um homem que nos observava. Percebendo que tinha sido notado, ele fugiu pelo corredor de serviço. Ligamos para a recepção e o subgerente foi até nossa suíte. Ele argumentou que não era possível aquilo ter acontecido e que nos não podíamos ter certeza de nada. Ficamos quietos, mas o reconhecemos: tinha sido ele!
Christina de Mattos Rossini, por e-mail

Resposta: O gerente do motel, Admilson Nunes diz que uma vez que o cliente fecha a porta, não há como ser observado dentro da suíte. Pode ser que eles tenham esquecido a porta aberta, mas, poetio: a privacidade do casal era total.

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