25 de setembro de 2007

Descompasso

Ela queria ficar só, mas ao acaso, e num bailar insistente, ele a tirou para dançar. Foi samba de gafierra, forró, Chico Buarque, Cartola e Zé Kéti. Ele a conduzia e até percebeu seu jeito impulsivo de rodopiar. Estratégico, forçava os passos e vibrava ao sentir corpo dela deslizar sublime pela pista. Entretanto, negligente, ou um tanto desligado, se perdeu na multidão do salão. Esqueceu a menina ali. Foi bailar com outra. Não contou a ela, mas também não soube se esconder. A dama quis sair correndo, pois já passava da meia-noite. E como nos contos de fadas, sabia que a carruagem viraria abóbora. Porém, esperou um sinal, uma próxima canção ou, talvez, qualquer melodia que encantasse seus maus presságios. Acostumada a tropeçar, pela primeira vez sentia que valsava em solo seguro. Sem medo de escorregar, cair ou afundar os pés. Cavalheiro burro! Esqueceu do princípio básico das regras do salão: eis que se pensar na dama, sempre! Errou pela vaidade e por subestimar a capacidade dela de perceber os passos descompassados. Depois se desculpou e convidou-a novamente para bailar. Foi em vão. Não que ela não quisesse dançar. Por certo, lamentava ter perdido seu melhor par. Mas era tarde. A música parou! O baile acabou! Todos saíram para outras pistas. Só o tal pé-de-valsa ficou. Ali, em solo, sapateando em pedras! Ela sequer olhou para trás. Conhecia tão perfeitamente todos os ritmos, que nem no pé permitiria ser pisada.

21 de setembro de 2007

Apenas 10 dias e...

1 kilo a mais, perfume novo do freeshop, tango no pé, três cd's na bagagem, cartão de crédito estourado, 5 pesos argentinos, alguns dólares, presentinhos para quase todos, mais de 600 fotos, uns 10 vídeos, muitos alfajores, doce de leite e bugingangas, dicas de viagem para os que quiserem, maquiagem nova, camisa do Boca, vários mails e telefones anotados e muita...muita história pra contar. Saudades de tudo, de todos, daqueles beijos alemães, de dançar tango com ele, de beber no pub, de beber na hora do almoço, do café e da janta, do submarino do café havana, de passear na calle florida, de morrer de dor nos pés de tanto andar, de adorar tirar fotos com os amigos, de todos os brasileiros maravilhosos que conheci, da água super quente e do banho de banheira, do pão com doce de leite e manteiga no desayuno, de morrer de rir quando não entendiam o que eu falava, de ensinar português para o alemão, de andar de mãos dadas...que delícia...de explicar para os hermanos que o RJ não é tão violento como no filme Cidade de Deus...e de muitas, muitas coisas mais...

De volta a realidade...
De volta ao mesmo lugar
Só não voltei a mesma pessoa
...E essa é a melhor parte...

Um dia antes do último dia

Apenas 10 dias
E tanta (Muita) coisa mudou...

(Puerto Madero)

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